Em meio à Conferência das Nações Unidas sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4), o ex-secretário de Organização do Partido Socialista (PSOE), Santos Cerdán, foi preso, causando enormes danos à reputação do partido do primeiro-ministro Pedro Sánchez.
No entanto, Sánchez deu continuidade à sua agenda internacional e aproveitou todas as oportunidades para destacar a liderança da Espanha na luta contra aqueles que se opõem aos mecanismos da ONU, em particular os Estados Unidos.
Também não ajudou muito o primeiro-ministro, que, além das duras críticas da oposição de direita, especialmente do Partido Popular (PP), e também dos extremistas do Vox, enfrenta críticas de seus aliados de esquerda.
O Podemos, afastado do governo, não dará trégua a Sánchez e quer medidas de longo alcance para combater a corrupção de Cerdán e do ex-ministro José Luis Abalos, entre outros ex-membros do PSOE.
Por sua vez, o grupo Sumar, em particular por meio da Segunda Vice-Presidente e Ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, exige mudanças e iniciativas ousadas do presidente para resgatar o que resta da legislatura danificada.
Enquanto todas essas variáveis predominam na nação ibérica no nível da opinião pública, o PP mantém seu Congresso Nacional até domingo, estabelecendo figuras de linha dura em sua liderança e consolidando seu candidato presidencial, Alberto Núñez Feijóo. Por sua vez, o PSOE iniciou sua revolução interna com a nomeação de Rebeca Torró como secretária de organização do partido, além de outros cargos de alto perfil.
Além do possível impacto das mudanças, observadores e analistas questionam a possibilidade de que, à medida que as investigações de corrupção avançam, outras figuras proeminentes do PSOE possam estar envolvidas, mesmo que indiretamente.
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