Para o mandato de 2025-2026, Herrera, deputado pelo distrito 2-4 da província central de Coclé, obteve 37 votos a favor dos partidos Panameñista, Movimiento Otro Camino, Cambio Democrático y Popular e da coalizão independente Vamos.
Sua única concorrente na nomeação, Shirley Castañedas, deputada do partido governista Realizing Goals (RM), obteve um total de 34 votos da coalizão governista, com o apoio do Partido Revolucionário Democrático e da Mudança Democrática.
Segundo representantes dos diversos partidos políticos, seu voto estará vinculado à fiscalização do trabalho de Herrera.
Eles também declararam que votaram em Herrera para conseguir reformas no Regimento Interno da Assembleia e na Carreira Legislativa, a eliminação de gargalos e a transparência nas folhas de pagamento dos legislativos. Isso também visa garantir que a voz da população seja ouvida.
A votação ocorreu com cinco horas de atraso, em um momento de intensa tensão, em que a deputada independente Walkiria Chandler chegou a invocar o Artigo 18 do Regimento Interno do órgão máximo do Estado, que estabelece a eleição de um presidente interino para inaugurar a sessão inaugural.
A cerimônia protocolar estava marcada para começar às 8h, horário local, mas após o meio-dia, a atual presidente da Assembleia, Dana Castañeda, ainda estava ausente da sala.
Enquanto isso, o candidato ao poder executivo era recebido pelo presidente do país, José Raúl Mulino, o que colocava em questão a independência dos poderes no país.
De acordo com o Artigo 191 da Constituição, o atual Presidente da República poderia ser processado caso impedisse a reunião e o funcionamento da Assembleia Nacional ou de qualquer outra autoridade, segundo especialistas.
Em relação a essa situação atípica, a revista online El Periódico de Panamá noticiou que Mulino e seu gabinete ousaram intervir na seleção da nova liderança parlamentar, em flagrante violação da Constituição.
Na manhã de 1º de julho de 2025, um ano após a posse do chefe de Estado, o gabinete tentou subverter a vontade de vários representantes para garantir a maioria na nova Diretoria da Assembleia, o que fracassou, segundo um editorial da reportagem.
Essa flagrante violação da Constituição, segundo a ex-Procuradora-Geral Ana Matilde Gómez, torna o Estado de Direito no Panamá ainda mais precário.
Para a ex-candidata presidencial independente nas eleições de 2019, este dia permitiu-lhe demonstrar a sua capacidade política de pensar nos melhores interesses do país e tentar salvar o poder legislativo do declínio total, demonstrando assim ao poder executivo a importância do contrapeso.
Em meio à votação, a reivindicação popular pela revogação da Lei 462 sobre o Fundo de Seguridade Social ficou evidente com a mobilização de diversos sindicatos em torno da Assembleia, que, entre outras questões pendentes, dispõe sobre a regulamentação do seu regimento interno.
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