Quarta-feira, Julho 02, 2025
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O Plenário da Costa Rica solicita o levantamento da imunidade

San José, 1º de julho (Prensa Latina) O Plenário da Costa Rica solicitou hoje à Assembleia Legislativa (Congresso) o levantamento da imunidade do presidente do país, Rodrigo Chaves, e do ministro da Cultura e Juventude, Jorge Rodríguez, informou o jornal Delfino.cr.

Esta tarde, a mais alta instância do Supremo Tribunal de Justiça concordou, por maioria de 15 votos a favor e sete contra, que o parlamento aprove a suspensão da imunidade do presidente e do titular da pasta, acrescentou o jornal.

A sentença do órgão judicial, que ocorreu pela primeira vez na história local, respondeu a uma acusação criminal da Procuradoria-Geral da República por suposta corrupção, associada à contratação de serviços de comunicação para o Palácio do Planalto, financiados pelo Banco Centro-Americano de Integração Econômica após a posse de Chaves em maio de 2022.

Segundo o Judiciário, a acusação do Ministério Público referente ao suposto contrato de US$ 405.800, concedido à empresa RMC La Productora S.A., foi feita por meio de seu diretor, o empresário Christian Bulgarelli, com o objetivo de canalizar recursos públicos para pessoas próximas ao presidente, segundo o Delfino.cr.

Entre estes últimos está o ex-assessor de imagem e amigo de Chaves, Federico Cruz Saravanja, que teria recebido US$ 32 mil para comprar uma casa. Segundo o Ministério Público, tanto Chaves quanto Rodríguez Vives, que era chefe de gabinete do presidente na época do incidente, tiveram reuniões prévias com Bulgarelli no Palácio Presidencial e o instruíram a redigir os termos de referência para o contrato que ele eventualmente venceria.

O Ministério Público argumenta que essas ações constituem uma violação do artigo 355 do Código Penal, que pune com penas de dois a oito anos qualquer funcionário que, abusando de sua posição, force ou induza outra pessoa a dar ou prometer benefícios financeiros indevidos.

A argumentação do Ministério Público é apoiada, entre outras evidências, pelos chamados Áudios Presidenciais, uma série de gravações de reuniões realizadas no poder executivo no bairro de Zapote, na capital, após a posse de Chaves em maio de 2022.

Por sua vez, os juízes que votaram a favor do acusado e devolveram o caso ao Ministério Público consideraram que, com base nas provas apresentadas no processo, é impossível fazer uma avaliação da probabilidade do crime que, em sua opinião, é exigida por lei, explicou Delfino.cr.

O crime de extorsão está definido no artigo 355 do Código Penal e é punível com penas de até oito anos de prisão.

Líderes do governo e do Ministério Público estão envolvidos em uma polêmica nacional há meses, com incidentes graves, incluindo uma grande manifestação organizada e liderada pelo presidente Chaves contra o procurador-geral Carlo Díaz em março.

Esta é a primeira vez na história do país que o Plenário do Tribunal decide pedir à Assembleia Legislativa o levantamento da imunidade de um Presidente da República.

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