Moraes determinou que a Polícia Federal interrogue Wajngarten e o advogado Paulo Costa, membro da defesa de Bolsonaro, após a revelação de tentativas coordenadas de interferir nas declarações do tenente-coronel Mauro Cid, assessor de campo do ex-presidente e atualmente colaborador judicial.
A investigação se concentra em supostas conversas mantidas nas redes sociais entre o advogado Eduardo Kuntz e familiares de Cid, especialmente sua filha adolescente, que teria sido induzida a apagar mensagens comprometedoras de seu celular.
Para a equipe jurídica de Cid, tratou-se de uma manobra para silenciar ou alterar provas-chave do caso.
Entre os fatos relatados, está sendo investigada uma tentativa de Kuntz e Costa de influenciar a mãe de Cid durante um evento em São Paulo para persuadir o militar a mudar sua versão.
As abordagens teriam ocorrido após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter aprovado um acordo de delação premiada com Cid, que incluiu sua libertação da prisão.
Dada a gravidade das acusações, Moraes descreveu as ações como prova clara de obstrução à investigação de organização criminosa e ampliou o processo para incluir um laudo pericial no celular da filha do tenente-coronel, que ela entregou voluntariamente às autoridades. A Procuradoria-Geral da República já foi notificada.
Este novo capítulo na trama judicial em torno de Bolsonaro agrava sua situação jurídica e política.
Embora ele não seja diretamente acusado neste caso, o envolvimento de figuras-chave de sua comitiva — como seu ex-assessor de comunicação e advogados — reforça a narrativa de que houve esforços organizados para encobrir ações ilícitas após os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes radicais tentaram derrubar as instituições democráticas do país.
À medida que os casos de tentativas de golpe e ataques ao sistema eleitoral avançam, crescem as suspeitas sobre a participação ativa de Bolsonaro ou o conhecimento das manobras de sua equipe, o que pode levar a novas acusações ou sanções políticas.
A ofensiva judicial liderada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) surge, portanto, como um dos maiores desafios para o futuro do político de extrema direita.
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