De acordo com um comunicado da organização independente, um bebê de apenas um ano e oito meses, que estava em um abrigo na cidade de Pueblo Nuevo, morreu em consequência do uso de gás de pimenta pela Polícia Nacional durante ações repressivas contra as manifestações. Esta versão é desmentida pelo Governo.
O Presidente do Conselho de Administração da SOS Aldeias Infantis, Domingo Barrios, afirmou que, como organização que trabalha há décadas pela proteção integral dos direitos da criança e do adolescente, condenamos veementemente qualquer ato que ameace a vida, a segurança e a dignidade de crianças e adolescentes, especialmente em condições de vulnerabilidade como as que ocorrem atualmente em comunidades indígenas.
Ele acrescentou que o “uso excessivo e irresponsável da força” resultou na morte de um bebê, violando assim os direitos fundamentais “à vida, a viver em um ambiente seguro e à proteção que o Estado deve garantir”.
Barrios alertou que não permitirá que a morte do bebê fique impune e que apresentará as denúncias cabíveis.
“Exigimos investigação imediata, justiça e medidas concretas para evitar que atos como este se repitam”, enfatizou. Ele também indicou que a denúncia não permanecerá apenas em nível local, mas também será levada à comunidade internacional no âmbito da Convenção Internacional SOS Aldeias Infantis, que reúne representantes de mais de 145 países e exporá a grave situação que as crianças panamenhas enfrentam atualmente.
A esse respeito, o diretor da Polícia Nacional, Jaime Fernández, afirmou que não houve confrontos naquele distrito, muito menos denúncias.
Na véspera, o Conselho de Ministros aprovou a prorrogação do estado de emergência decretado em 20 de junho até o próximo domingo por mais cinco dias, o que permite a restrição de diversas garantias constitucionais.
A resolução do governo também restabeleceu os efeitos do Artigo 23 da Constituição Política pelo restante do estado de sítio, que também havia sido suspenso anteriormente, ação criticada por advogados e especialistas por violar tratados internacionais e a própria Constituição.
Entre as restrições que permanecem em vigor está a suspensão dos serviços de internet e telefonia móvel em Bocas del Toro, o que diversos grupos, como o Sindicato dos Jornalistas do Panamá, consideram uma violação de tratados internacionais.
O conflito social em Bocas del Toro perdura desde o final de abril, alimentado por protestos contra as reformas da Lei 462 do Fundo de Seguridade Social, bloqueios de estradas, greves e confrontos que afetaram gravemente o turismo, a economia e os serviços essenciais da região.
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