Em declarações à imprensa, citadas no site do jornal Corriere della Sera, o ministro sublinhou que Washington ainda não solicitou o uso dessas instalações militares em solo italiano para utilizá-las nessa agressão contra Teerã, e que a posição de Roma é “fazer todo o possível para acalmar a situação”.
Pouco depois do bombardeio do Pentágono contra instalações nucleares iranianas, ocorrido na madrugada deste domingo, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, convocou uma reunião urgente por videoconferência com Tajani, bem como com os ministros do Interior e da Defesa, Matteo Piantedosi e Guido Crosetto, respectivamente.
Nessa reunião, iniciada às 10h, horário local, da qual participaram o subsecretário da Presidência do Conselho de Ministros, Alfredo Mantovano, e os chefes dos serviços de inteligência do país, discutiu-se por mais de uma hora os graves acontecimentos e as ações da Itália nesse contexto, segundo a fonte.
Posteriormente, a mandatária italiana manteve conversas telefônicas com seu homólogo britânico, Keir Starmer, bem como com o chanceler federal alemão, Friedrich Merz, para ajustar posições sobre o tema em vista da próxima cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte, nos dias 24 e 25 de junho, em Haia, na Holanda.
Por outro lado, Tajani anunciou que, também com esse objetivo, na segunda-feira
será realizada uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia em Bruxelas, e um contato com o diretor da Organização Internacional de Energia Atômica (OIEA), Rafael Grossi.
Em relação a este assunto, o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, observou que “o ataque às instalações nucleares iranianas por parte dos Estados Unidos muda completamente o cenário” e “está desencadeando uma crise”, pois “também por parte do Irã a resposta será mais contundente”.
Prevê-se que a reação iraniana a esta agressão norte-americana, que se soma aos bombardeios de Israel iniciados no passado dia 13 de junho, que causaram graves danos, mais de 400 mortos e três mil feridos, não afetará apenas Telavive, “mas poderá estender-se a Ormuz e a todos os alvos norte-americanos”.
Diante dessa situação, líderes políticos da oposição alertaram sobre os perigos para este país, cujo governo é próximo ao dos Estados Unidos, que já “entrou diretamente na guerra do Oriente Médio”, segundo Nicola Fratoianni, secretário-geral do partido Esquerda Italiana.
“Trata-se de um salto qualitativo perigoso que leva a escalada militar ao limite e coloca em risco todo o planeta”, indicou Fratoianni, que expressou que “esperamos imediatamente o governo italiano no Parlamento”, pois “é necessária uma iniciativa diplomática imediata para deter a escalada e silenciar as armas”.
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