“As mortes sob custódia continuam aumentando, e a taxa de homicídios entre pessoas privadas de liberdade é bastante mais alta do que a taxa de homicídios entre os que estão em liberdade”, disse ele à publicação Caras y Caretas.
As estatísticas confirmam que a prisão é um ambiente propício onde os fatores de risco se intensificam, e não se cumprem as condições mínimas dignas de vida, apontou.
“É surpreendente, mas as prisões deveriam ser os lugares mais seguros, pois existem justamente para privar de liberdade os delinquentes e oferecer segurança à sociedade em geral. No entanto, acontece exatamente o contrário”, destacou.
O Uruguai ocupa, proporcionalmente, o décimo lugar no mundo entre os países com mais presos: 408 a cada 100 mil habitantes, informou a publicação.
Foi detalhado que, nas duas primeiras décadas deste século, o número da população carcerária triplicou.
Um relatório do Comissariado Penitenciário, liderado por Juan Manuel Petit, indicou que, em 2022, a população carcerária anual média superava os 14 mil detentos.
“O diagnóstico é muito ruim, vem de muitos anos, e nenhum governo conseguiu lidar com isso”, avaliou Tenembaum.
“Do ponto de vista discursivo, todos os governos se propuseram a fazer algum tipo de plano, realizaram reformas, sem dúvida, mas nenhuma teve sucesso”, opinou.
O especialista concluiu que a superlotação é parte do problema, mas o maior perigo está na falta de segurança interna dentro das prisões.
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