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A perversidade do modelo neoliberal implementado em Honduras

Tegucigalpa, 11 de junho (Prensa Latina) O ministro da Fazenda de Honduras, Christian Duarte, descreveu hoje o modelo econômico implementado nas últimas décadas como perverso, que concentra riqueza em poucas mãos e impede o desenvolvimento deste país centro-americano.

Em sua conta nas redes sociais, X, Duarte denunciou nesta quarta-feira que, durante governos anteriores, as 10 famílias mais ricas de Honduras controlaram e privatizaram 145,7 bilhões de lempiras (cerca de US$ 5,6 bilhões) do orçamento público do país em bancos.

“Por meio de trusts, fora do Tesouro Único e da Lei de Contratações Estatais”, privatizaram contas estatais e administraram esse valor em bancos privados, enfatizou.

Segundo o funcionário, um funcionário assalariado com renda mensal de 20.000 lempiras (cerca de US$ 769) paga o dobro de impostos que as 10 famílias mais ricas.

“O valor exonerado em 12 anos e 7 meses equivale a toda a dívida pública; o que se perdoa com uma mão, se toma emprestado com a outra”, enfatizou o ministro, referindo-se ao período entre o golpe de Estado de 2009 e a vitória da presidente Xiomara Castro em 2021.

Duarte explicou que, com o dinheiro dos depósitos e impostos, o sistema financeiro aumentou desproporcionalmente as taxas de juros entre agosto de 2023 e outubro de 2024 (de 11% para 15,5%).

“Ao mesmo tempo, a liquidez do sistema financeiro caiu de 90 bilhões (US$ 3,461 bilhões) para 20 bilhões (US$ 769,2 milhões)”, acrescentou.

O resultado, destacou, é que “o patrimônio das 10 famílias cresce a 10% e a economia a 4%; elas detêm 80% do Produto Interno Bruto”, enquanto os 50% mais pobres dos hondurenhos não detêm nem 5%, enfatizou.

O Ministro da Fazenda considerou esse cenário insustentável e insistiu que o sistema econômico atual, “operado por 10 famílias”, é perverso, antidemocrático, opaco e corrupto.

O candidato presidencial do Partido Liberdade e Refundação (Libre), Rixi Moncada, acusou na véspera o modelo neoliberal de ter saqueado e empobrecido Honduras nos últimos 40 anos.

O neoliberalismo é devastador, acumulando riqueza, gerando desigualdade e destruindo o meio ambiente, afirmou o candidato que substituirá Castro nas eleições gerais de 30 de novembro.

“Não defenderemos um sistema totalmente falido e que é um componente da corrupção público-privada legalizada”, declarou o candidato presidencial do Libre.

arc/edu / fav

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