O juiz Alexandre de Moraes, que preside o processo, supervisionará essa fase de análise dos laudos técnicos que servirão de base para as alegações finais das partes envolvidas, bem como sua deliberação.
No dia anterior, foi encerrado o período de interrogatório e foram ouvidas aproximadamente 50 testemunhas, incluindo altos comandantes militares, ex-ministros e outras autoridades, tanto da acusação quanto da defesa.
Entre os depoentes de destaque estavam o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão, e os ex-ministros Paulo Guedes (Economia) e Ciro Nogueira (Casa Civil).
As testemunhas foram inquiridas individualmente, de modo que algumas não souberam ou não ouviram os depoimentos das demais, e o juiz teve de adverti-las sobre as penas por falso testemunho.
O STF comunicou que era proibido gravar e reproduzir qualquer áudio ou imagem das audiências das testemunhas, com base no artigo 210 do Código de Processo Penal.
Por essa razão, também não foi permitido o credenciamento ou a entrada de fotógrafos e cinegrafistas na sala de audiência.
Informaram que a divulgação integral do áudio, vídeo e transcrições será feita após o término da oitiva da última testemunha.
De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o núcleo um, composto por oito pessoas, incluindo Bolsonaro, é considerado crucial na tentativa de golpe com intenção deliberada de romper a ordem democrática e manter o ex-presidente (2019-2022) no poder.
Esse grupo criou uma organização criminosa que, segundo a denúncia, planejou e coordenou o plano de golpe para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que derrotou o político de extrema direita nas urnas em outubro de 2022.
De Moraes marcou para 9 de junho a data do interrogatório de Bolsonaro e de outros sete acusados na trama.
As audiências serão realizadas presencialmente na sede do STF, com exceção do general Walter Braga Netto, que comparecerá por videoconferência devido à sua prisão preventiva.
A sentença final deverá ser proferida entre setembro e outubro.
Analistas descrevem o julgamento como histórico, pois é a primeira vez que um ex-presidente brasileiro e altos comandantes militares são julgados por suposta conspiração de golpe.
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