Em entrevista à RMC, o presidente da Fnsea, Arnaud Rousseau, confirmou o retorno dos tratores ao campo e descreveu como uma boa notícia o que aconteceu no dia anterior na Assembleia Nacional, onde a direita e a extrema direita evitaram bloquear um projeto de lei que busca permitir o uso de neonicotinoides proibidos desde 2018.
A Federação e os Jovens Agricultores começaram a se mobilizar em favor da chamada lei Duplomb, que busca reativar o uso de inseticidas como a acetamiprida, que é letal para os polinizadores, especialmente as abelhas.
Ambientalistas e La France Insoumise apresentaram milhares de emendas ao texto com o objetivo de impedir sua aprovação, mas as manobras parlamentares de seus promotores enviaram a iniciativa a um comitê conjunto de senadores e deputados dominado pela direita, o que garante o avanço da lei e sua eventual adoção.
Rousseau considera que a agricultura francesa está em perigo, citando em particular as ameaças a culturas emblemáticas como a batata e a beterraba sacarina.
Ele também acusa o governo de renegar suas promessas, decorrentes dos protestos do ano passado, nos quais a Fnsea e outros sindicatos mantiveram o país sob controle com suas mobilizações, especialmente o bloqueio de rodovias com tratores. Além da remoção de questões que eles consideram obstáculos, os agricultores franceses estão exigindo ajuda e o fim das condições que conduzem à concorrência desleal.
Nesse sentido, eles se opõem ao acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que facilitaria a chegada em solo francês, e na Europa em geral, de carne e outros produtos do mercado composto por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
lam/wmr/bm