No dia anterior, o presidente do Burundi e atual presidente do MRS, Évariste Ndayishimiye, visitou Kinshasa e se reuniu com seu colega congolês, Félix Tshisekedi, com quem discutiu a questão, de acordo com uma declaração da Presidência da RDC.
Os chefes de estado reavaliaram o Acordo-Quadro de Adis Abeba, assinado por 11 países há mais de uma década, dias antes da cúpula do MRE programada para 28 de maio em Kampala, Uganda.
Os presidentes não fizeram nenhuma declaração à imprensa, mas a presidência do Burundi disse que essa viagem fazia parte das consultas iniciadas em preparação para a reunião, durante a qual Ndayishimiye entregará as rédeas do MRS.
O objetivo desse mecanismo, agora em seu 12º ano, é contribuir para a manutenção da estabilidade e a promoção do desenvolvimento na região.
O Acordo-Quadro de Adis Abeba foi assinado por 11 estados e quatro instituições internacionais e regionais: a Organização das Nações Unidas (ONU), a União Africana (UA), a Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (ICGLR) e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O documento aborda a paz, a segurança e a cooperação na RDC e na região e, na época, gerou esperanças de um futuro melhor após décadas de conflito no território congolês, mas sua implementação efetiva tem sido um problema.
Dado o novo cenário de confronto no leste do Congo e a ameaça de sua extensão a outras nações, várias vozes expressaram a necessidade de sua reativação e da incorporação de mecanismos de sanções.
Entre eles está o ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2018, Denis Mukwege, que fez esse apelo após o cancelamento da reunião tripartite RDC-Ruanda-Angola agendada para 15 de dezembro de 2024 em Luanda, lembrou o Actualité CD.
Mukwege considerou então que o Acordo-Quadro de Adis Abeba foi o primeiro a “abordar as causas fundamentais do conflito e pôr fim aos ciclos recorrentes de violência” no leste da RDC e na região dos Grandes Lagos.
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