Conhecido como o Apóstolo, Martí foi um pensador distinto, famoso por seu trabalho como jornalista e poeta, um legado que se reflete em textos como La Edad de oro (1878-1882), Versos sencillos (1891) e Nuestra América (1891).
Ele foi o fundador do Partido Revolucionário Cubano e o organizador da Guerra da Independência Cubana, uma ofensiva contra o domínio espanhol na qual o professor caiu em combate no domingo, 19 de maio de 1895, em Dos Rios.
Também conhecido como “o mais universal dos cubanos”, Martí perdeu a vida quando, em seu primeiro confronto, foi atingido por uma rajada de rifles inimigos, que o atingiram várias vezes.
Apesar da recomendação do general-chefe do Exército de Libertação, Máximo Gómez, para que ele permanecesse na retaguarda, Martí marchou para a frente acompanhado de seu assistente, porque sua ética e senso de dever não permitiam que ele ficasse atrás daqueles que ele havia convocado para o combate.
O corpo de Martí foi reconhecido e recolhido pelo inimigo, que recuou sob constantes ataques dos cubanos determinados a recuperá-lo, e foi enterrado na aldeia vizinha de Remanganaguas.
Os restos mortais foram finalmente enterrados na necrópole de Santa Ifigênia, em Santiago de Cuba, no Leste.
Em uma carta escrita pelo apóstolo da independência cubana a seu amigo mexicano Manuel Mercado, um dia antes de sua queda em combate, ele disse:
“Já estou correndo perigo todos os dias de dar minha vida por meu país e por meu dever (…) para evitar que, com a independência de Cuba, os Estados Unidos se espalhem pelas Índias Ocidentais e caiam, com mais essa força, em nossas terras da América”.
Na carta, que ficou inacabada devido à chegada do general Bartolomé Masó e suas tropas ao acampamento, Martí afirmou que “tudo o que fiz até hoje e farei é para isso”, em referência à sua preocupação com o perigo que Washington representava para a região.
A carta foi considerada pelos estudiosos do Herói Nacional como seu testamento político, e nela ele evidencia seu caráter anti-imperialista marcante e sua oposição às correntes anexionistas.
José Martí continua sendo, mais de um século após sua morte, uma figura central na memória histórica coletiva de Cuba e uma referência intelectual para a humanidade.
Nesses dias, várias iniciativas estão sendo organizadas em Cuba e em outros países do mundo para lembrar a vida e o trabalho do apóstolo.
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