Segunda-feira, Maio 19, 2025
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Ballets de Monte-Carlo encerra temporada em Cuba com prêmio de honra

Havana, 18 mai (Prensa Latina) Les Ballets de Monte-Carlo encerrará hoje sua atual temporada de apresentações nesta capital, onde receberá o Prêmio de Honra Cubadisco, a mais alta distinção do grande evento.

O comitê organizador do evento de 2025 decidiu conceder o prêmio tanto à companhia de dança de Mônaco quanto ao músico italiano Antonio Castrignanò e sua banda Taranta Sounds, que acompanham com maestria as evoluções de Core meu (Meu Coração), o título do espetáculo do famoso coreógrafo francês Jean-Christophe Maillot.

A apresentação é uma experiência de cura, um rito que vale a pena ser compartilhado porque espalha amor, felicidade e boas energias, ao ritmo da música tradicional do sul da Itália.

O resultado pode deixar qualquer pessoa em transe, devido ao alto nível de comunicação alcançado com o público. Sem dúvida, Maillot conseguiu compor um tributo digno ao revolucionário criador gaulês Maurice Béjart, porque ele mistura emoções, sentimentos, sensualidade, alegria, aspectos vitais para esse gênio.

Música dinâmica, dança frenética, luzes de Samuel Thery e um figurino eficaz do espanhol Salvador Mateu, que já colaborou com Milos Forman, Pilar Miró, Pedro Almodóvar e marcas como Chanel, Dior, Valentino e Givenchy, entre muitas outras, conspiram para oferecer uma espécie de ilusão de ótica.

A produção mistura folclore italiano, vocabulário de dança contemporânea, técnica de ponta e passos de balé acadêmico com a pizzica, uma variante salentina da tarantela, uma conhecida dança napolitana com movimentos muito animados que ganhou grande popularidade no sul do país europeu. Na região italiana da Apúlia, às margens do Mediterrâneo, acreditava-se que a antiga dança folclórica era um remédio contra a hipotética e metafórica picada da tarântula, a maior aranha da Europa, da família Theraphosidae.

Maillot resgata o mito e redimensiona os significados, apresenta um ritual do início ao fim, envolve a todos nós, durante uma hora e 10 minutos, a cerimônia toca a alma, manipula a energia do ambiente e dos corpos, tira os fardos, alivia o peso, alivia o espírito.

A princesa de Mônaco, Caroline Grimaldi, viajou para Havana com a companhia de dança que fundou em 1985, para testemunhar essa conexão mágica entre as artes e os mais diversos públicos.

O Teatro Nacional de Cuba é o anfitrião do renascimento desse ritual, baseado na crença de que “se você dançar, nunca morrerá”, como indica um dos versos da música Core meu, lindamente interpretada por Castrignanò.

A sabedoria popular contida nos temas musicais nos dá outra bela verdade: “o amor é belo para aqueles que sabem como fazê-lo”, e Les Ballets de Monte-Carlo demonstra isso de coração.

mem/msm/mb

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