por Orlando Oramas León
Assim chega ao fim a longa vida do incansável operador político que assim atuou até suas últimas horas.
Quase 90 anos desde o guerrilheiro, preso político, parlamentar, presidente, mas também filósofo e camponês.
Sua morte foi anunciada pelo presidente Yamandú Orsi nas redes sociais.
Mujica morreu oficialmente às 16h. hora local, de acordo com sua médica pessoal, Raquel Penone, em sua fazenda nos arredores de Montevidéu.
O presidente Orsi foi até lá para expressar suas condolências à ex-vice-presidente Lucía Topolansky, sua companheira de muitos anos de lutas compartilhadas.
Pepe, como era conhecido, lutou contra um câncer de esôfago, que foi diagnosticado em abril de 2024 e se espalhou para o fígado.
Em janeiro deste ano, ele declarou: “Meu ciclo acabou. Sinceramente, estou morrendo. E um guerreiro tem o direito de descansar.”
Para o presidente da Frente Ampla, Fernando Pereira, está morrendo o uruguaio mais reconhecido do mundo, ativista social e exemplo de austeridade.
De outra perspectiva política, o ex-presidente uruguaio Luis Alberto Lacalle reconheceu a influência política e social de José Mujica. Outros atores políticos de diferentes tendências se juntaram ao luto.
O decreto oficial, que vigorará até 16 de maio, terá a bandeira uruguaia a meio mastro e inclui a suspensão das atividades oficiais.
O caixão do ex-presidente deve sair por volta das 10h desta quarta-feira em uma comitiva da Torre Executiva, onde o Gabinete Presidencial está em sessão.
Lá, o presidente Yamandú Orsi e ministros prestarão homenagem a ele.
A caravana seguirá então para a sede do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros e de lá para a sede da Frente Ampla (FA).
O cortejo fará então outra parada na sede do Movimento de Participação Popular (MPP), do qual ele foi líder e que atualmente é o grupo mais votado da Frente Ampla.
O velório será realizado no Salão dos Passos Perdidos do Parlamento e poderá se estender até sexta-feira, permitindo a homenagem a alguém que alcançou grande notoriedade em seu país e no mundo.
Foi anunciado aqui que os presidentes Inácio Lula da Silva, Gabriel Boric e Gustavo Petro do Brasil, Chile e Colômbia, respectivamente, viajarão para esta capital para prestar suas homenagens.
A ex-presidente da Argentina Cristina Fernández também se despedirá dele. Ela o visitou recentemente em sua fazenda no oeste de Montevidéu, onde Mujica queria que seus restos mortais fossem sepultados.
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