Bogotá se une a este megaprojeto de infraestrutura, comércio e investimento no ano em que ambos os países celebram o 45º aniversário de relações diplomáticas e em um contexto internacional complexo marcado pelo crescente protecionismo.
Petro disse ao seu homólogo anfitrião antes da assinatura do acordo que “a China faz parte de um mundo diverso e estamos ansiosos para fortalecer ainda mais nossos laços e avançar juntos”.
Ele também observou que o relacionamento entre os dois países vem se fortalecendo apesar da distância geográfica entre eles.
Por sua vez, Xi Jinping destacou a importância da visita de Estado de Petro à China em outubro de 2023, durante a qual ambos os lados anunciaram a criação de uma parceria estratégica bilateral.
Desde então, “os intercâmbios e a cooperação em vários setores foram fortalecidos, enriquecendo o conteúdo estratégico das relações bilaterais”, acrescentou.
O acordo entre os dois países ocorre em meio à pressão dos Estados Unidos sobre as nações latino-americanas e caribenhas para restringir seu comércio com o gigante asiático e no momento em que o Panamá anunciou sua retirada da BRI.
Beijing é o segundo maior parceiro comercial da região e, no ano passado, o comércio bilateral ultrapassou US$ 500 bilhões pela primeira vez.
A cooperação econômica na última década foi impulsionada por projetos emblemáticos da Iniciativa do Cinturão e Rota, à qual aderiram cerca de vinte países da América Latina e do Caribe.
Petro, Xi e outros líderes participaram ontem da Quarta Reunião Ministerial China-CELAC, que demonstrou a vontade política de ambas as regiões de traçar um novo caminho de desenvolvimento conjunto que responda aos seus interesses comuns.
No encontro, o presidente colombiano pediu o fortalecimento dos laços e o entendimento mútuo com Beijing como parte de um diálogo entre civilizações.
De sua parte, Xi disse que a China e as nações da região “implementaram mais de 200 projetos de construção de infraestrutura dentro da estrutura de cooperação de alta qualidade do Cinturão e Rota, criando milhões de empregos”.
O líder chinês anunciou cinco programas destinados a ampliar a cooperação com a América Latina e o Caribe, que vão desde uma linha de crédito até bolsas de treinamento e novos projetos.
Beijing promoverá a cooperação em infraestrutura, agricultura, energia e mineração, bem como em setores emergentes, como energia limpa e inteligência artificial.
A China implementará programas de tecnologia e incentivará suas empresas a investir mais na América Latina e no Caribe, e disponibilizará uma linha de crédito de 66 bilhões de yuans (mais de nove bilhões de dólares) para projetos na região.
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