Não é por causa do clima, pois é um lindo dia de outono com céu limpo e temperaturas agradáveis.
O ambiente econômico de inflação incessante, aumento de preços a partir desta quinta-feira, renda insuficiente e instabilidade no emprego os mantém confinados, com pouca vontade de comemorar o aniversário.
Durante um passeio da Prensa Latina pelas ruas desta cidade, notamos que poucas pessoas iam aos restaurantes e churrascarias para comprar o tradicional Locro, um caldo grosso carregado de verduras, legumes e carnes, prato comum durante as comemorações do Primeiro de Maio na terra de Martín Fierro.
Eles procuravam muito menos assados ou salgadinhos, já que o custo da carne é altíssimo; É difícil para essas empresas lotarem seus showrooms.
Os donos estavam anunciando o Locro há três dias para atrair clientes, até mesmo oferecendo promoções com o melhor preço possível para não perderem, mas os potes ainda estavam cheios.
Em uma das calçadas da Rua Presidente Uriburu, um homem servia um churrasco em meio à solidão da rua; A Prensa Latina perguntou se havia rações para vender, ao que ele respondeu: “Não, o chefe se arriscou para ganhar o dia”. Ele trabalhava em uma pequena equipe que o capataz queria entreter.
A rigorosa política de ajuste econômico da equipe executiva do presidente Javier Milei elevou os preços e, ao eliminar subsídios para serviços, esses preços aumentaram em uma tendência que continua aumentando, enquanto as rendas diminuíram.
A notícia do dia que deixou muitos tristes e chateados foi que, a partir de 1º de maio, mais aumentos nos preços de eletricidade, gás, água, transporte, aluguel, pedágios e clínicas pré-pagas começaram a surgir, forçando a criatividade dos cidadãos para aumentar suas rendas.
Os aposentados são os mais afetados. O poder de compra deles caiu novamente, dessa vez em 5,4% em março, devido ao congelamento do governo no bônus adicional que eles recebiam para reforçar suas aposentadorias.
Ontem, convocados pela Confederação Geral do Trabalho e apoiados por outras federações sindicais, dezenas de milhares de trabalhadores realizaram uma grande mobilização em homenagem ao 1º de maio sob o lema “O trabalho é sagrado”, uma frase do Papa Francisco.
O apelo faz parte de um plano para combater a queda acentuada do emprego, a abertura indiscriminada de importações com o consequente fechamento de pequenas e médias empresas e a crescente redução do Estado.
Da mesma forma, os manifestantes exigiram a necessária reabertura dos acordos de negociação coletiva diante da inflação ressurgente e se manifestaram contra as medidas de austeridade, a repressão do governo Milei e até mesmo sua submissão aos ditames do FMI. Eles também falaram em apoio aos aposentados que organizam a Marcha pela Dignidade em frente ao Congresso toda quarta-feira.
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