Domingo, Maio 04, 2025
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Bolsonaro internado no Brasil há duas semanas sem previsão de alta

Brasília, 27 abr (Prensa Latina) O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que passou por sua sexta cirurgia intestinal em 13 de abril, está internado no Hospital DF Star, na capital, há duas semanas, sem data prevista para alta.

Bolsonaro foi hospitalizado após sentir fortes dores enquanto realizava uma agenda política no dia anterior, no interior do Rio Grande do Norte.

Considerada de alta complexidade, a operação durou aproximadamente 12 horas e foi realizada para resolver uma obstrução intestinal causada por aderências, tecido que se forma entre os órgãos após a cirurgia.

O político de extrema direita passou por cinco cirurgias desde que foi esfaqueado durante a campanha eleitoral de 2018, e as complicações atuais decorrem desse episódio.

Nesta semana, Bolsonaro apresentou piora clínica. De acordo com um relatório médico divulgado na quinta-feira, ele relatou aumento da pressão arterial e piora nos exames laboratoriais.

No dia anterior, um novo relatório indicou que ele não teve febre nem novas alterações na pressão arterial, mas os sinais de gastroparesia, um distúrbio que compromete a capacidade do estômago de se contrair e esvaziar adequadamente, persistiram.

O funcionamento do sistema digestivo ainda não voltou ao normal.

Segundo os médicos, a persistência da gastroparesia e a ausência de função digestiva normal impedem Bolsonaro de retomar a alimentação oral.

Ele continua sendo alimentado por sonda e deverá receber alta somente quando essas condições forem resolvidas.

Além do agravamento clínico, o ex-presidente (2019-2022) foi intimado por oficial de justiça no dia 23 de abril para abertura de processo no Supremo Tribunal Federal, relacionado a uma tentativa de golpe de Estado, da qual foi réu.

Em nota, o tribunal indicou que o fato de o ex-presidente ter transmitido ao vivo no dia anterior “demonstrou a possibilidade de ser intimado e notificado”.

Após a intimação, Bolsonaro tem cinco dias para apresentar defesa preliminar.

Em fevereiro, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia contra o ex-chefe do Poder Executivo e outras 33 pessoas pelos crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano grave ao patrimônio da União e dano ao patrimônio declarado. No total, as penas ultrapassam 30 anos de prisão.

No dia 26 de março, os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal analisaram a denúncia contra o chamado núcleo duro (Bolsonaro), responsável por liderar a suposta conspiração em 2022.

Uma vez recebida a denúncia, os réus serão responsabilizados criminalmente por suas ações no tribunal superior.

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