Domingo, Maio 04, 2025
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Boric completa o segundo e último dia de sua visita ao Brasil.

Brasília, 23 de abr (Prensa Latina) O presidente chileno, Gabriel Boric, completa hoje o segundo e último dia de sua visita de Estado ao Brasil, onde busca promover a diversificação das relações bilaterais com maior integração logística e comercial.

De acordo com a agenda da visita, Boric participará nesta quarta-feira de um evento que abordará o Corredor Bioceânico, rota que liga o Centro-Oeste brasileiro aos portos do norte do Chile.

O projeto de infraestrutura, também em parceria com Paraguai e Argentina, será concluído em breve, e os países agora discutem como garantir serviços de fronteira e logística simplificados e modernos.

Os portos chilenos desempenharão um papel central na logística de acesso aos mercados do Pacífico.

“Trata-se de integração, não apenas de fotos de cúpulas (de líderes)”, disse Boric no dia anterior.

Ele lembrou da visita oficial que seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fez ao Chile em agosto de 2024, com uma grande comitiva de ministros e líderes empresariais, quando foram assinados 19 acordos bilaterais.

“Isso demonstra quão profunda é essa relação e a tremenda diversidade com a qual queremos trabalhar”, observou ele.

Os dois países têm mais de 100 acordos bilaterais em vigor e um comércio equilibrado, mas ainda pouco diversificado, segundo os chilenos.

Entre os setores que podem ser explorados, Boric mencionou investimentos financeiros, transporte e tecnologia da informação.

O Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile, com comércio avaliado em mais de US$ 12 bilhões anualmente.

O país vizinho exporta principalmente cobre, peixes e minerais para o mercado brasileiro. O gigante sul-americano também é o principal destino das exportações de vinho.

O Chile é o sexto maior destino das exportações nacionais, sendo petróleo, carne e automóveis as principais exportações.

Da mesma forma, o Brasil é o maior investidor latino-americano no Chile, em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, construção e produtos farmacêuticos.

Após receber Boric e manter um encontro privado, Lula disse à imprensa que o Brasil quer negociar com todos.

“Não quero uma Guerra Fria. Não quero escolher entre os Estados Unidos e a China. Quero ter relações tanto com os Estados Unidos quanto com a China!” ele esclareceu ao lado do visitante.

Ele também destacou que o Brasil deve assumir o papel de facilitador, dada sua importância e tamanho na América Latina.

Tais declarações ocorreram no contexto da imposição de tarifas de importação pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a outros países, incluindo o Brasil e, especialmente, a China.

Nesse sentido, Boric condenou “a politização arbitrária do comércio” e comentou que em tempos de incerteza é fundamental estar ao lado de parceiros como o Brasil.

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