Mais de 5,8 milhões de hondurenhos são chamados às urnas para escolher os candidatos dos partidos governistas Liberdade e Refundação (Libre), Nacional (PN) e Liberal (PL), que buscarão liderar o destino do país em 30 de novembro, a partir de janeiro de 2026.
Embora ainda faltem oito meses para a disputa decisiva, a eleição deste domingo é vista como uma espécie de termômetro para medir a capacidade do Libre, após três anos de governo de Xiomara Castro, e dos centenários PN e PL, reduzidos após o golpe de Estado de 2009.
O Libre surgiu em 2011 como resultado do golpe militar perpetrado dois anos antes contra o então presidente constitucional, Manuel Zelaya (2006-2009), que havia chegado ao poder sob as cores vermelha, branca e vermelha dos liberais.
Rixi Moncada, pré-candidata presidencial do partido governista nas primárias, pretende assumir o lugar de Castro, que tem sido a força motriz por trás de inúmeras transformações sociais e econômicas desde sua vitória em novembro de 2021.
Durante sua campanha eleitoral, Moncada prometeu aprofundar as mudanças estruturais empreendidas pela primeira mulher presidente de Honduras, mudanças que tiveram de ser adiadas devido ao golpe contra Zelaya, o atual coordenador geral do Libre e uma figura influente no cenário político hondurenho.
Em um de seus últimos comícios, a ministra da Defesa do gabinete de Castro declarou que não vai desistir de denunciar o modelo neoliberal empobrecedor e destrutivo aplicado por sucessivas administrações nacionalistas.
“Vamos avançar e aprofundar as mudanças pelo caminho do socialismo democrático, pelo caminho do respeito”, disse ela.
Depois de três mandatos consecutivos no poder (2010-2022), um período conhecido como narcoditadura, o Partido Nacional está disputando as primárias com quatro pré-candidatos à presidência, assim como os liberais.
A novidade entre os nacionalistas – o primeiro partido de oposição – é a pré-candidata Ana García, esposa do ex-governador Juan Orlando Hernández, condenado em 2024 a 45 anos de prisão nos Estados Unidos por crimes de tráfico de drogas.
García concorrerá com seus correligionários Nasry Asfura, que perdeu as eleições de 2021 contra Castro, o ex-vice-presidente Roberto Martínez e o congressista Jorge Zelaya.
Para as fileiras liberais, a segunda maior força de oposição, os concorrentes são Salvador Nasralla, o ex-candidato presidencial Luis Zelaya e os deputados Jorge Cálix e Maribel Espinoza.
Nasralla acusou Cálix, na quinta-feira passada, de planejar uma fraude contra ele nas eleições de domingo, uma acusação que, segundo analistas, pode afetar o PL, que tem grandes esperanças de sair fortalecido das primárias e vencer as eleições presidenciais nas eleições gerais de novembro.
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