De acordo com esses relatórios, a folha de pagamento do Estado no ano passado representou um gasto de cinco mil 177 milhões de dólares, cifra que superou em 162 milhões de dólares o desembolso realizado em 2023.
Para avaliar o peso da folha de pagamento do Estado nas finanças públicas, 38% da receita total recebida em 2024, que totalizou 13,61 bilhões de dólares, foi gasta em salários.
Além disso, esse número equivale a 2,1 vezes os fundos que o Canal do Panamá transferiu em excedente, que totalizaram dois bilhões e 470 milhões de dólares, de acordo com uma investigação do jornal La Prensa.
Os números oficiais mostram que a força de trabalho do Estado encerrou 2024 com 266.477 funcionários públicos, depois que 2.622 trabalhadores foram contratados em dezembro, principalmente nos ministérios da saúde e segurança, no Aeroporto Internacional de Tocumen, na Universidade Especializada das Américas e na Autoridade de Trânsito e Transporte Terrestre.
O grande tamanho da força de trabalho estatal e os gastos com salários foram um dos motivos que levaram a agência de classificação de risco Fitch Ratings a retirar a classificação de grau de investimento do país em março de 2024, porque o aumento do número de funcionários públicos ocorreu em um contexto de baixa receita tributária.
O governo de José Raúl Mulino iniciou seu mandato de cinco anos com uma equipe de 262.330 funcionários e, somente no segundo semestre do ano, foram contratados 4.147 novos funcionários públicos.
Mulino indicou recentemente que sua administração está trabalhando em um plano para reduzir o tamanho do Estado, eliminando algumas entidades que, em sua opinião, representam um fardo, bem como fundindo aquelas com funções semelhantes ou redundantes.
Embora tenha esclarecido que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre o assunto, ele mencionou o Banco de Desenvolvimento Agrícola, que descreveu como uma despesa e como uma entidade politicamente exploradora ao longo do tempo.
Em declarações ao jornal, o economista Ernesto Bazán indicou que o aumento da força de trabalho em 2024 reflete que não há intenção de reduzi-la e, dessa forma, é impossível transmitir uma mensagem de austeridade.
Enquanto isso, o especialista em trabalho René Quevedo destacou que o crescimento da força de trabalho é sustentado por dívidas, criando uma economia artificial na qual o Estado, como um setor não produtivo, é o principal gerador de empregos formais.
Entre as instituições do governo central que mais aumentaram seu número de funcionários entre janeiro e dezembro de 2024 estão os ministérios da educação, saúde e segurança pública, bem como a Assembleia Nacional (parlamento) e o Tribunal Eleitoral.
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