A festividade é celebrada em rios e praias, que ficam lotados nesses dias devido ao verão e à temporada turística.
Este dia também é uma oportunidade para denunciar o assédio aos praticantes afro-umbandistas, que vem se tornando cada vez mais frequente e violento.
Isso foi confirmado em nota à imprensa por Susana Andrade, líder do culto de origem africana, que se referiu ao aumento do racismo e da discriminação no Uruguai e na região.
Organizações internacionais de direitos humanos receberam denúncias sobre essa situação e a ONU recomendou que o Estado uruguaio implemente políticas públicas para combater estereótipos e discriminação religiosa, afirmou.
Em resposta, a Instituição Nacional de Direitos Humanos criou um grupo de trabalho que busca promover medidas concretas no novo governo da Frente Ampla, informou o Portal Movimiento.
Andrade conta que a devoção popular está crescendo e mencionou que neste ano será inaugurado um momento dedicado a Iemanjá no departamento de Paysandú, no oeste do país.
Ela disse que em Maldonado, no leste, outro monumento ainda não recebeu autorização oficial há mais de sete meses, apesar de ter sido aprovado por unanimidade pelo Conselho Departamental.
A religiosa relatou que na cidade de Atlántida, outra escultura dedicada à orixá foi vandalizada, “refletindo a persistência de atos de intolerância religiosa”.
“Os racistas nos demonizam, esquecendo que a religião africana promove o cuidado com a natureza”, acrescentou.
Ela também criticou o fato de o Instituto Nacional de Estatística ainda não ter mensurado a população afro-umbandista, uma reivindicação histórica da comunidade para obter reconhecimento oficial e direitos.
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