13 de November de 2024
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Júri popular autorizado no Brasil em assassinato de vereador

Júri popular autorizado no Brasil em assassinato de vereador

Brasília, 18 out (Prensa Latina) O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, autorizou a realização do júri popular que decidirá se condenará dois ex-policiais, hoje presos, pelo assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018 .

O início da audiência do Tribunal do Júri da Região do Rio de Janeiro foi marcado para 30 de outubro.

A decisão do magistrado confirma a realização do julgamento, previamente marcado para setembro, pelo desembargador Gustavo Kalil, titular do IV Tribunal do Júri, que presidirá a sessão.

A autorização foi solicitada ao Supremo Tribunal Federal porque os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são indiciados na ação penal que tramita na Justiça e está sob relatoria de De Moraes.

Lessa assinou um acordo de denúncia e é confessadamente acusado do ato sangrento. Queiroz foi o responsável por dirigir o carro usado no homicídio.

O primeiro alegou em agosto que matou o ativista de direitos humanos pela possibilidade de enriquecer.

Segundo o assassino, ele concordou em cometer o crime por causa da promessa de autorização para explorar terras na zona oeste do Rio, o que poderia lhe render, segundo ele, 25 milhões de reais (cerca de cinco milhões

dólares).

Além dos dois acusados, são acusados ​​no processo o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Domingos Brazão e seu irmão, Chiquinho Brazão, deputado federal.

Da mesma forma, aparecem o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira.

Todos permanecem presos e respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa.

Cerca de 13 tiros de uma submetralhadora HK MP5 de alta precisão, usada apenas por forças policiais de elite, atingiram o veículo em que viajavam Franco e o motorista Anderson Gomes na noite de 14 de março de 2018, no Rio.

A vereadora voltava para casa após participar de um debate com jovens negras, quando seu carro foi baleado: ela levou um tiro na cabeça e o motorista nas costas.

Segundo o deputado Tarcísio Motta, o crime teve como objetivo intimidar quem iria confrontar os interesses das milícias do Rio, em decisões políticas.

O caso Franco teve repercussão internacional e fez da socióloga e feminista um símbolo político na luta pelos direitos humanos e pela maior participação das mulheres negras nos espaços de poder no Brasil.

rgh/ocs/ls

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