O artigo, assinado por Gabriel Campero, afirma que a sede diplomática apresentou o Fundo Acelérate, para meios de comunicação e criadores de conteúdo que Washington chama de “independentes”, mas que dependem de seu financiamento.
A publicação de análise política sustenta que tal projeto será financiado com US$ 68 mil do orçamento do mesmo governo que tem mantido um bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba por mais de 60 anos.
Essa política foi intensificada com mais de 243 represálias unilaterais impostas durante o mandato do ex-presidente Donald Trump e posteriormente mantidas pelo atual presidente Joe Biden.
Segundo Campero, o Fundo Acelérate “é orientado para projetos focados na produção de conteúdo com problemas desafiadores em Cuba”, referindo-se precisamente às dificuldades geradas na vida cotidiana da população pelos efeitos do bloqueio.
O documento descreve que também inclui a criação de “conteúdo relevante e acessível para pessoas com deficiência, aumentando sua participação” no que Washington chama de “processo democrático”, a partir de sua perspectiva de desmantelar o socialismo em Cuba e restabelecer o capitalismo.
Da mesma forma, a embaixada dos EUA em Havana exige que os financiados “desenvolvam aplicativos móveis ou outras tecnologias para a promoção dos valores democráticos”, sempre com a visão neoliberal e pró-capitalista que Washington atribui ao termo.
A apresentação do Fundo também pede para “conectar e fornecer redes de criadores de conteúdo independente em Cuba e financiar estudos de pesquisa que avaliem a situação da mídia independente em Cuba”.
Aqueles de nós que estão familiarizados com a comunicação política e o marketing político”, alerta Campero, ‘sabem que em um país que está sob bloqueio há mais de 60 anos, a situação (…) se tornou mais complicada’, após a pandemia de Covid-19.
O autor destaca que é nesse contexto que são concedidos financiamentos a esse tipo de “projetos”, e alerta que esses agentes terão a dinâmica de procurar formas de denunciar a situação complexa causada justamente pelo bloqueio, o que é uma contradição em termos.
Ele acrescenta que essas ações hostis por parte de Washington são apenas mais uma prova da duplicidade de critérios com que a Casa Branca age contra Cuba.
As prioridades “não são colaborar com recursos para remédios, combustível, peças de reposição para as indústrias para evitar apagões, mas gerar convulsão social interna e desestabilização (…) com novas técnicas”, conclui o autor.
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