As declarações de Alcántara foram feitas depois que a Anistia Internacional (AI) condenou violações dos direitos humanos no processo de devolução de cidadãos haitianos do país vizinho, em um momento em que Porto Príncipe sofre uma onda de violência extrema.

O funcionário considerou o relatório “abusivo” e negou que os estrangeiros que são transferidos para seu país de origem sejam maltratados.

Alcántara rejeitou qualquer tipo de interferência na política nacional de migração e ratificou que a Direção Geral de Migração (DGM) continuará com a deportação e repatriação de estrangeiros ilegais de acordo com a lei.

No primeiro trimestre, a República Dominicana devolveu 28.318 estrangeiros “por não cumprirem a Lei 285-04, por serem exigidos por diferentes países e por outros motivos”. Desse total, 28.304 são haitianos, de acordo com o DGM.

Em uma carta aberta dirigida ao presidente Luis Abinader e a instituições estatais, a AI e outras instituições, como a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH), declararam que as políticas migratórias de Santo Domingo são baseadas na discriminação racial.

No mês passado, o Ministério das Relações Exteriores reiterou que continuará com sua política de deportar qualquer pessoa que esteja ilegalmente no território e, no caso específico dos haitianos, o fará, como tem feito até agora, através da passagem de fronteira entre os dois territórios.

Em resposta às constantes críticas recebidas pela detenção e expulsão de imigrantes da nação fronteiriça, Abinader reitera repetidamente que “não há solução dominicana para o problema haitiano”, ao mesmo tempo em que descarta a instalação de um campo de refugiados.

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