Com o parecer de Sade, o placar está empatado em um. Após o empate, a juíza Claudia Cristina Cristofani pediu vista (mais tempo para analisar) e suspendeu o julgamento, que será retomado em 8 de abril.
Se for anulado pelo TRE, Moro não deixará o cargo imediatamente porque a defesa poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mas se a eventual revogação for confirmada pelo TSE, novas eleições serão convocadas no Paraná para preencher a vaga do senador que ficará inelegível até 2030.
A análise no TRE do Paraná começou na última segunda-feira, quando o relator do processo, juiz Luciano Carrasco Falavinha Souza, se manifestou contra a cassação.
Ele também rejeitou as ações em que os partidos dos Trabalhadores e Liberal, e o Ministério Público Eleitoral acusam o parlamentar de abuso de poder econômico por supostamente ter feito gastos irregulares no período de pré-campanha nas eleições de 2022.
Há três anos, Moro estava no partido Podemos e realizou atos de pré-candidatura à Presidência da República.
Segundo a acusação, houve “desvantagem ilícita” em favor dos demais concorrentes ao cargo de deputado federal em razão dos “elevados investimentos financeiros” realizados antes de o ex-ministro da Justiça deixar o partido e concorrer ao Senado pela União.
De acordo com o entendimento de Sade, Moro se beneficiou eleitoralmente.
Segundo o advogado, ao concorrer à presidência e depois ao Senado, Moro gastou mais do que os demais candidatos à assembleia legislativa e causou um desequilíbrio na disputa.
O julgamento continuará para que sejam proferidos os votos de outros cinco magistrados.
Moro ganhou notoriedade nacional e internacional ao comandar, entre março de 2014 e novembro de 2018, o julgamento em primeira instância de crimes identificados na desmantelada operação judicial Lava Jato.
Sem provas, ele condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2017 a nove anos e seis meses de prisão por suposta corrupção.
Em seguida, renunciou ao cargo de juiz e foi nomeado ministro da Justiça pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022). Posteriormente, deixou o cargo depois que o ex-governador afastou o então diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, um homem de sua confiança, sem consultá-lo.
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