Organizações sociais e sindicatos chamam para o protesto, o qual respaldam forças políticas de esquerda, para denunciar a iniciativa governamental que uma parte do país considera contrária aos valores republicanos como a solidariedade, a fraternidade e a igualdade.

A maior mobilização se espera nesta capital, onde os manifestantes saem da emblemática praça do Trocadero, mas também se esperam marchas em outras grandes cidades.

Mais de 200 personalidades da vida associativa e sindical francesa assinaram há vários dias a convocatória da mobilização, que no domingo passado atraiu milhares de pessoas, com a expectativa de que a resposta seja hoje muito mais importante.

Entre as organizações que chamam rechaçar a lei de imigração estão os principais sindicatos: a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) e a Confederação Geral do Trabalho (CGT).

“Nosso objetivo é denunciar uma lei que não é a França da solidariedade, da liberdade, da igualdade da fraternidade, do viver juntos na cotidianidade”, disse a secretária nacional da CGT, Sophie Binet.

O texto acordado pelo oficialismo e pelos conservadores, que negociam em vantagem, gera polêmica ao ser considerado pela extrema direita uma vitória ideológica, com medidas como a imposição de um depósito de garantia para estudantes estrangeiros para poder serem aceitos nas universidades de França.

Também restringe a reunificação familiar, a regularização de trabalhadores documentados e o apoio a quem reside legalmente, por exemplo, em matéria de alojamento, e chama a reformar a Ajuda Médica do Estado a pessoas “sem papéis”, benefício que a direita deseja eliminar.

As marchas contra a lei de imigração representaram um mecanismo de pressão sobre o Conselho Constitucional, que em 25 de janeiro emitirá seus ditames sobre a aceitação ou não da iniciativa à carta magna.

De acordo com os entendidos, é improvável que o Conselho censure a norma em seu conjunto, mas é bastante possível que rechace alguns artigos, ou parte deles.

O próprio governo admitiu que há partes que não são de seu agrado, como o cobro de um depósito para estudantes estrangeiros. mem/wmr/hb