Na homilia proferida durante aquele evento, que começou esta segunda-feira às 10h00 locais, o Santo Padre expressou aos quase sete mil fiéis reunidos na Basílica de São Pedro que “toda sociedade precisa acolher o dom da mulher, de cada mulher : respeite-a, cuide dela, valorize-a.”
“O mundo precisa de olhar para as mães e para as mulheres para encontrar a paz, para escapar às espirais de violência e de ódio, e para voltar a ter visões humanas”, afirmou o Sumo Pontífice, acrescentando que o nosso tempo, desprovido de paz, precisa das mães. que cuidam dos filhos, os aproximam e os consolam, ouvem as suas tristezas e enxugam as suas lágrimas.
Em relação ao Dia Mundial da Paz da Igreja, dedicado neste dia 1º de janeiro ao desafio que o avanço da Inteligência Artificial representa para a humanidade, Francisco referiu-se a ele em sua mensagem, publicada desde meados de dezembro passado, às promessas e desafios associados com esse desenvolvimento tecnológico.
“No contexto ideológico de um paradigma tecnocrata, animado por uma presunção prometeica de auto-suficiência, as desigualdades poderão crescer desproporcionalmente, e o conhecimento e a riqueza acumular-se-ão nas mãos de poucos, com sérios riscos para as sociedades democráticas e a coexistência pacífica”, ele avisou.
O Papa referiu-se à ameaça que representa para a paz o desenvolvimento dos chamados sistemas de armas letais autónomos, incluindo o uso bélico da Inteligência Artificial, que deveria estar ao serviço de um melhor potencial humano e das nossas mais elevadas aspirações, e não em competição com eles.
Na sua reflexão sobre este tema, discutiu as implicações no local de trabalho, com a possível substituição do homem pelas máquinas, bem como na administração da justiça, uma vez que “quando os algoritmos extrapolam a informação, correm sempre o risco de a distorcer”.
“Os desenvolvimentos tecnológicos que não levam à melhoria da qualidade de vida de toda a humanidade, mas, pelo contrário, agravam as desigualdades e os conflitos, não podem ser considerados verdadeiros progressos”, afirmou.
Depois de terminar a missa, ao meio-dia, o Papa Francisco olhou pela janela do escritório do Palácio Apostólico Vaticano para recitar o Angelus perante os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
Nas suas palavras após aquela oração, o Papa referiu-se aos conflitos que ocorrem no mundo, em particular ao que ocorre na Ucrânia e à guerra entre Israel e a Palestina, onde mais de 22 mil pessoas já morreram na Faixa de Gaza. dos atentados de Tel Aviv e pediu mais uma vez que “rezemos pela paz”.
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