O porta-estandarte daquele partido político relatou a recusa em ver novamente a pasta onde estão “as acusações espúrias”, como ressaltou após passar pela Sétima Vara Criminal, a cargo de Fredy Orellana.
“Desde o mês de março até os dias atuais e eles se recusam a nos dar acesso. Foram 33 vezes na MP em que fomos negados e 15 vezes na Corte”, descreveu o atual deputado, amplo vencedor das últimas eleições.
Essa negação só pode ser explicada pelo fato de terem consciência das mentiras e mentiras que constroem no caso citado, disse o sociólogo de profissão e também escritor.
Ele acrescentou que eles não podem rever porque os responsáveis por essa suposta investigação sabem que seu conteúdo consiste em “mentiras, mentiras, construções e invenções” e que, na realidade, não têm fundamento.
Arévalo afirmou que, sem ver os autos, é impossível que eles exerçam a defesa, algo que ele descreveu como abuso de poder e proibição de direitos dos cidadãos.
O caso de corrupção de Semilla foi apresentado em julho passado, poucos dias após o surpreendente triunfo dessa força, devido a supostas irregularidades em sua constituição em 2016.
Em seguida, o titular da Procuradoria Especial Contra a Impunidade (FECI), Rafael Curruchiche, pediu à Sétima Vara Criminal que determinasse a suspensão temporária da personalidade jurídica do partido, o que Orellana aceitou.
O presidente eleito disse que a investigação tem conotação política, busca quebrar a ordem constitucional e impedi-lo de tomar posse em 14 de janeiro.
Como resultado do caso, foram anunciados mandados de prisão e investigações sobre o Sistema Informatizado de Transmissão de Resultados Preliminares Eleitorais (Trep) usado nas eleições passadas e seus digitalizadores.
Na passada sexta-feira, a FECI voltou a pedir a retirada do processo preliminar contra Arévalo, pela possível prática de branqueamento de capitais, e implicou dois deputados.
Correspondentemente, sugeriu que o órgão responsável pelo processo anulasse as votações realizadas em 25 de junho e 20 de agosto, o que aprofundou ainda mais a crise que o país vive.
Analistas denunciaram o caráter inédito de um caso declarado ‘sob reserva’, a perseguição contra Semilla, bem como a violação pelo MP da Lei Eleitoral e dos Partidos Políticos.
Diferentes organizações locais e internacionais concordaram em deplorar a manobra, que, enfatizaram, constitui uma clara intervenção contra a vontade popular expressa nas urnas.
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