O assunto ganhou espaço na imprensa e, por exemplo, o jornal Co Latino cita hoje a Fundação para o Devido Processo Legal (Dplf), segundo a qual reformas legislativas e decisões do governo dificultam a detecção de atos de corrupção.
Em seu relatório “Curso de Obstáculos: Enfrentando as Barreiras para Investigar a Corrupção em El Salvador”, o grupo afirma que a luta contra esse fenômeno está experimentando retrocessos significativos, devido a reformas legislativas que impedem o acesso à informação pública necessária para detectar esse tipo de atos, e a possibilidade de denunciá-los e sancioná-los.
Ele citou o fechamento da Comissão Internacional Contra a Impunidade em El Salvador (Cicies), apesar de ter avançado nas investigações relacionadas a atos de corrupção durante a emergência da pandemia do COVID-19.
Este encerramento significou a perda de um mecanismo internacional que poderia ter fornecido um valioso acompanhamento e apoio técnico aos operadores de justiça encarregados do combate à corrupção, explicou. Outros retrocessos identificados são o afastamento abrupto e irregular de altas autoridades do Supremo Tribunal de Justiça (CSJ) e da Procuradoria-Geral da República (FGR), instituições que desempenham papel fundamental no combate à corrupção.
Um sério obstáculo para controlar o enriquecimento indevido e tornar efetivas as responsabilidades penais é a decisão que o CSJ tomou de declarar uma reserva sobre todas as informações e relatórios produzidos pela Seção de Probidade, como parte de suas auditorias patrimoniais de funcionários públicos, citou Co Latino.
Da mesma forma, criticou, a legislação aprovada para exonerar de responsabilidade quem tenha participado na aquisição de bens e serviços e na execução de obras públicas na gestão da pandemia de Covid-19, confere impunidade a funcionários públicos e indivíduos que possam ter participado em atos de corrupção.
Em sua mensagem de 1º de junho ao país, o presidente Bukele decretou o início de uma ofensiva contra os atos de corrupção, que, sem atingir o governo, agora se concentram no roubo do erário público em gestões anteriores, incluindo a do ex-presidente Alfredo Cristiani ( Festa da Arena) hoje acusado de desviar cerca de 68 milhões de dólares.
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