Na primeira sessão do Fórum de Países da América Latina e Caribe sobre Desenvolvimento Sustentável, o secretário-executivo da CEPAL, José Manuel Salazar-Xirinachs, fez um balanço da situação desses objetivos.

Referindo-se ao texto, o responsável recordou que nos últimos anos a área tem estado sob influência de inúmeras crises simultâneas, aprofundadas pela pandemia de Covid-19 com forte impacto em todo o mundo a partir de 2020.

Além disso, ocorreram eventos desfavoráveis para o alcance dos ODS, como a guerra no Leste Europeu, tensões comerciais e conflitos geopolíticos, migrações forçadas e o ressurgimento de graves processos inflacionários.

O documento intitulado “América Latina e Caribe no meio do caminho para 2030: avanços e propostas de aceleração” aponta, porém, que as dificuldades acumuladas são mais antigas.

Em 2023, a região completa um período de 10 anos em que o crescimento médio foi de apenas 0,8%, inferior ainda aos dois pontos percentuais ocorridos na chamada década perdida de 1980.

Nestas circunstâncias, a CEPAL estima que apenas um quarto dos objetivos propostos para 2030 será alcançado nos próximos sete anos.

Há outros 48% deles que vão na direção certa, mas insuficiente para alcançá-la no prazo esperado, e os 27% restantes têm uma clara tendência de retroceder e se afastar cada vez mais da meta.

Isso implica – especifica o relatório – a necessidade de ações imediatas para implantar investimentos, melhorar o quadro institucional e convocar esforços e compromissos compartilhados, com a participação dos setores público, privado e da sociedade civil.

O texto faz uma análise dos cinco ODS priorizados no evento, acesso à água potável e saneamento; energia acessível e limpa; indústria, inovação e infraestruturas; cidades e comunidades sustentáveis e alianças para alcançar o que se propõe.

A CEPAL adverte que não só é necessário um maior esforço de investimento e financiamento, mas também uma profunda mudança na forma de conduzir as políticas públicas.

A magnitude dos desafios para a América Latina e o Caribe exige diálogo e tomada de decisões além do imediatismo e, nesse sentido, os ODS ajudarão a articular e forjar uma visão compartilhada do futuro, especifica o relatório da CEPAL.

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