28 de April de 2024
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Peru. vestígios de mentiras

Peru. vestígios de mentiras

Lima (Prensa Latina) Sob o sugestivo título "Traços de Mentiras", está em cartaz em Lima uma novela brasileira que mostra a decomposição e decadência dos Khourys, uma poderosa família burguesa, aprisionada por falsidades de todo tipo. Escrito por Walcyr Carrasco, foi adaptado para a televisão e encenado com Antonio Fagundez e Susana Viera como protagonistas.

Gustavo Espinoza M.*, colaborador de Prensa Latina

Capítulo a capítulo, a série revela o engano, a duplicidade, os preconceitos, as ambições e a falta de escrúpulos que caracterizam o mundo artificial em que a trama se desenrola e que tem como pano de fundo a mentira institucionalizada. surge a “sociedade exemplar” do nosso tempo.

Pois bem. Se tivéssemos escritores e roteiristas desse nível, um trabalho semelhante poderia ser feito aqui, coletando as ações de personagens que pudessem estar à altura da ocasião, já que baseiam seu poder justamente na mentira.

Ou seja, um conjunto de vestígios que evidenciam a podridão que envolve um segmento da Classe Dominante, que hoje insiste em se apresentar como um modelo imaculado de respeito à democracia e aos direitos da população, flui ininterruptamente de suas ações. Referimo-nos, obviamente, à liderança no poder.

Não chegaria nem ao espaço nem ao tempo, se quiséssemos abordar o conjunto de mentiras que sustenta a mensagem dos precários inquilinos do Palácio do Governo e do seu círculo mais próximo de aliados e cúmplices nas diferentes esferas da gestão pública. Vamos nos limitar, então, a aludir ao que poderíamos chamar de mentiras monumentais, sem paralelo na história peruana e que expuseram o fedor de sua essência.

Talvez a primeira dessas enormes mentiras seja a que alude à “sucessão constitucional” que Dina Boluarte encarna para esconder a sua origem sinistra. Vários episódios fazem parte dela, desde a convocação de Alberto Otárola, antes de abril de 2021, para votar em Pedro Castillo nas eleições daquele ano, até a promessa de Dina no sul, quando ela garantiu a uma multidão que “ele deixaria o cargo” se Castillo fosse desocupado Mas também há a história de que Castillo foi desocupado “de acordo com a lei”, sem nenhum processo, nem pré-julgamento, sem direito de defesa e sem os votos necessários.

E a ideia de uma “sucessão” que implica uma continuação, quando o que existe é justamente uma mudança absoluta de rumo que deslocou do governo os que ganharam as eleições e trouxe para a frente os que as perderam. Não era tudo uma grande mentira?

Mas também outros não menos espetaculares foram os que nos contaram sobre as “tomadas de aeroportos” para justificar os crimes, quando os vídeos vistos mostravam tiros à queima-roupa de policiais uniformizados contra civis desarmados; das “armas artesanais chamadas Dum Dum usadas pelos habitantes contra a polícia”, dos “Ponchos Vermelhos que vêm de La Paz, para causar o caos”, dos “agentes da inteligência boliviana infiltrados na multidão” e dos “intelectuais autoria de Evo” nos eventos do sul. E, para nos manter no escuro, a história do “espanhol”, felizmente construído como um agente obscuro de Castillo, que não conheceu pessoalmente, e com quem nunca se encontrou.

O caso do suboficial Sonccos Quispe, morto em Juliaca em 9 de janeiro, foi outra mentira monumental. Otárola assegurou descaradamente perante o Congresso que havia sido “queimado vivo” pelos manifestantes dentro de uma viatura.

Hoje se sabe que foi morto por um ex-policial e seu cúmplice, em diversas circunstâncias e por outros motivos; e que seu corpo sem vida foi colocado na viatura policial posteriormente incendiada pelos assassinos, agora capturados.

Foi também, sem dúvida, o caso dos seis militares que se afogaram no Ilave por evidente descaso do Capitão encarregado do destacamento, que os obrigou a tentar atravessar o rio, com todo o peso das suas víveres, sem conseguir sobreviver, experimentar.

Também na circunstância, Dina e os dela falaram até aos cotovelos, culpando os Comuneros que exigiam a sua demissão noutra circunstância e noutro cenário.

A tudo isso devemos somar as decisões parlamentares de um Congresso irritado, agarrado com unhas e dentes a uma função que não representa ninguém. Ali mentiram descaradamente com a história do “avanço das eleições” quando desde o início tanto Dina quanto os “legisladores” ia ficar até 2026 a qualquer custo. Ali, na sede da Praça Bolívar, concedeu a “confiança” ao Gabinete Otárola, apesar de todas as mentiras e mortes; e então, nas mesmas circunstâncias, e ainda piores, Dina foi protegida para que “seu governo não fosse alterado”.

Esse mesmo Congresso “salvou” os ministros do Interior da censura legítima r e Defesa, embora o sangue das 70 mortes já registradas ainda esteja fresco; e a da Educação que considerava as mães aimarás “piores que os animais”, numa circunstância que todos conhecem.

E se se trata de mentiras, não fica atrás a chefe do Ministério Público, que não tem sabido abordar a questão das suas Teses e Graus. Nem nos mostre nem prove sua existência. Ela também se defende feito um gato de barriga para cima, assediada pelo Conselho Nacional de Justiça, que já está pedindo contas dela. E que acrescenta uma nova mentira, quando garante que vai “investigar” os homicídios consumados, e nomeia procuradores que nada têm a ver com o assunto.

Não é realmente apenas vestígios de mentiras. É sobre mentiras monumentais que os governantes de hoje em nossa pátria atormentada têm em suas mãos.

rmh/gem/ml

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