Os desafios enfrentados pelo Mekong são múltiplos, já que a mudança climática exacerbou tanto as inundações quanto as secas, disse Anoulak em um discurso proferido por ocasião da Quarta Cúpula e Conferência Internacional dessa organização, identificada como MRC por sua sigla em inglês.
O executivo alertou que existem outras tendências alarmantes em áreas que incluem o regime de fluxo de água, sedimentos nutrientes e poluição plástica.
Nos anos húmidos de 2018 e 2000, o número de pessoas que sofreram inundações aumentou para 12 milhões, disse ele, e acrescentou que a frequência da seca aumentou na década entre 2010 e 2020 em relação ao anterior.
Ele lembrou que meses atrás também alertou sobre os quatro anos consecutivos de baixa vazão que criaram um desafio sem precedentes para o rio e famílias vulneráveis de pescadores e agricultores que dela dependem.
Ele também enfatizou que, segundo estimativas de especialistas, o Mekong despeja a décima maior quantidade de lixo plástico nos oceanos do mundo, totalizando 101 toneladas por dia. “É como o tamanho de uma baleia gigante”, comparou.
Anoulak também aludiu à proliferação de microplásticos, que são nocivos, pois os peixes podem ingeri-los e ao fazê-lo, contaminam a cadeia alimentar humana.
Apelamos aos países ribeirinhos, parceiros e partes interessadas a agir. Mas a maneira como escolhemos agir e que nossos amigos de dentro e fora da região determinará o destino do Mekong e a de todos nós, enfatizou Anoulak, citado pelo jornal Vientiane Times.
A Conferência Internacional MRC terminou ontem aqui e foi um passo antes da reunião ministerial que acontecerá hoje, bem como da Cúpula marcada para esta quarta-feira e que contará com a presença dos dirigentes dos Estados membros desse órgão: Camboja, Laos, Tailândia e Vietnã.
O MRC é uma organização intergovernamental criada em 1995 após o Acordo de Mekong alcançado entre Camboja, Laos, Tailândia e Vietnã, e constitui uma plataforma regional de cooperação e a troca de conhecimentos relacionados à região.
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