2 de May de 2024
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Peru. Retorno dos vice-reis

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Peru. Retorno dos vice-reis

Lima (Prensa Latina) Francamente alarmado com a má qualidade pessoal dos dirigentes da República, um conhecido sipaio do Império clamou recentemente, nas páginas de um matutino, pelo "retorno dos vice-reis". Sim, claro que exigia um retorno ao colonialismo com todas as suas expressões de bajulação, submissão e vassalagem.

Gustavo Espinoza M.*, colaborador de Prensa Latina

E é que o Peru é um Estado Independente e Soberano -mesmo com toda a sua precariedade e limitações- dói-lhe a alma. E por isso mesmo vive em Espanha – “A Pátria” – onde se sente melhor, muito melhor do que “nesta terra mansa e dura”, como a considerava José Carlos Mariátegui nos anos de José Pardo, civil.

Essa forma de ver as coisas não deveria ser surpreendente. É a ótica que gere uma pequena sarna parasitária que fala em nome da Classe Dominante, e que odeia tudo o que soa a verdadeira democracia, independência ou liberdade. Para ela, a sociedade perfeita é outra: aquela que se desfaz da exploração humana, e aquela que institui o servilismo e a dominação, como o pão de cada dia.

Por ver as coisas dessa maneira, ele odeia todo processo emancipatório e todo sopro de progresso. O mundo dos vice-reis que constroem pontes e tribunais como a Santa Inquisição é mais pródigo, fresco e doce do que esse cenário convulsivo em que os trabalhadores reivindicam direitos; e os povos nativos, levantem suas vozes.

Foi nesta linha que outro personagem da opereta -o efêmero ministro das Relações Exteriores Miguel Ángel Rodríguez Mackay- afirmou há alguns dias em uma certa imprensa de esgoto que “os protestos radicais em Puno teriam o conselho da inteligência cubana”. Você forneceu alguma evidência, senhor? Ele encontrou fundamento para sua afirmação arriscada? Ele de alguma forma apoiou a tese bizarra assim exposta? Claro que não. É por isso que ele a colocou em liberdade condicional. E limitou-se, como um papagaio emplumado, a repetir formulações mesquinhas que constroem “serviços” de outro país.

O diplomata partiu de uma ideia genial: “Não é segredo para ninguém – disse – que a inteligência cubana opera em todo o continente americano”. E depois afirmou que esta “é a lógica mestra de toda a política externa do país caribenho”. Parece que este venerável cidadão foi para o país errado; porque quem opera -através de sua inteligência- no continente e no mundo, são os Estados Unidos da América. Você não sabe, ou estava distraído quando deveria ter abordado o assunto? Porque você não é burro; e tão mal informado, não deveria ser. De resto, a frase se encaixa perfeitamente: EUA.

É bom, em todo caso, que você lembre-se de que, na década de 70 do século passado, foi expulsa do Peru a legação da Agência Central de Inteligência que funcionava a partir de um escritório localizado no edifício Grau sob o comando de um certo Shaper; e que anos depois – já na década de 80 – foi restaurado com todo o seu patrimônio restaurado e suas funções aceitas.

Assim continuou a “operar” no Peru e na América sem nenhum constrangimento, e desta vez sob o comando de um conhecido diplomata, o embaixador Sergio Siracusa. Como não tinha argumentos, o entrevistado voltou aos anos 1960 quando, segundo ele, “a inteligência cubana apoiou a guerrilha em vários países”. A ambiguidade é simplesmente ridícula.

Naqueles anos, os governos de todos os países da América – exceto o México – eram contra Cuba. Não é verdade que o presidente Prado ordenou ao chanceler Porras que fosse à OEA e expulsasse Cuba de lá, o que ele desobedeceu? Claro, se o pedido tivesse sido entregue a Rodríguez Mackay, o pedido teria sido cumprido com aprovação, certo? Naquela época (quase) todos os governos agiam da mesma forma. E apoiaram tudo: o terrorismo, o bloqueio, Playa Girón, o atentado em Barbados, tudo. O que eles poderiam esperar da “inteligência cubana”? Sorrisos e aplausos?

O diplomata não poupou elogios à Inteligência cubana, que ele odeia, e até atribuiu-lhe poderes mágicos. Ele disse, com efeito, que é capaz de tudo. De governos desestabilizadores a “acabar com a democracia” em todos os lugares. E isso, só para aplicar as “receitas” do Foro de São Paulo e forjar “o socialismo do século XXI”.

Claro que não costura sem nó. Afirma que “seus instrumentos” são as organizações de solidariedade com Cuba e que seu executor é ninguém menos que o embaixador Zamora, diplomata com quase 50 anos de atividade na área.

Assim, como quem não quer a coisa, fez um jogo de mão dupla. Abriu a porta para classificar como “agentes da inteligência cubana” aqueles que organizam, incentivam ou promovem a solidariedade com Cuba; e pôs na mira um funcionário com quem – supõe-se – mantinha relações normais no período em que foi chefe de Torres Tagle durante o governo de Pedro Castillo, época em que, sem dúvida, estendeu a mão. No fundo, procura romper com Cuba, de novo, só que agora, não tem pretexto.

Hoje, alude a Zamor a e o imagina como a expressão do Agente OO7, um superespião que inventa todo tipo de histórias horríveis. Em breve dirá que foi “a eminência cinzenta” que se movia atrás da sombra do espanhol Hernández.

Tanto o jornalista quanto o diplomata sonham acordados com o retorno dos vice-reis. Se você é tão apaixonado pelo assunto, faria bem em se lembrar de um deles, Don José Fernando de Abascal y Sousa, que fugiu de Lima em 1816 quando três saquinhos contendo favas, cal e sal foram atirados contra ele em uma praça pública agir. O homem perspicaz colocou-os em ordem e leu a mensagem: Sal Abas Cal. E então, apressou-se e não parou até à capital ibérica.

Se eles são tão espertos e alertas, por que não jogam três saquinhos em Dina e a mandam embora? Assim, ninguém precisará que os vice-reis voltem. Bastará que os súditos decidam se instalar em Madri. Lá eles terão reis.

rmh/gem/ml

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