30 de April de 2024
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Blinken na Ásia Central com a cenoura e o chicote

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Blinken na Ásia Central com a cenoura e o chicote

Moscou (Prensa Latina) A passagem do secretário de estado norte-americano, Antony Blinken, pela Ásia Central, de 28 de fevereiro a 3 de março, deixou algo claro: os Estados Unidos estão tentando virar a região contra a Rússia com dinheiro e ameaças, para trazer a antiga repúblicas soviéticas cortaram a ajuda a Moscou em um esforço para escapar das sanções ocidentais.

Por Germán Ferrás Álvarez

Principal correspondente na Rússia

No entanto, o secretário dos EUA, percebendo que era lucrativo para as nações da Ásia Central negociar com a Rússia, prometeu às empresas locais a insignificante quantia de US $ 25 milhões em compensação pelo rompimento dos laços comerciais com Moscou.

Para quem desobedecer, o convidado ameaçou com sanções secundárias. E seria interessante perguntar até que ponto Blinken atingiu seu objetivo?

Após sua estada na Ásia Central, Blinken voou para Nova Delhi para a reunião dos chefes da diplomacia do Grupo dos 20 (G20), mas de Tashkent, no Uzbequistão, ele avisou que não planejava se comunicar com seus colegas chineses e russos na capital, algo que apenas cumpriu parcialmente.

A recusa em se comunicar com Qin Gang e Sergei Lavrov ficou conhecida depois que o secretário de Estado tentou estragar ao máximo os laços das repúblicas da Ásia Central com Moscou e Beijing.

De fato, Blinken, citado pelo jornal Gazeta.uz, exortou os uzbeques a lutarem contra a “desinformação” vinda de Moscovo e propôs a criação de uma imprensa local independente, com meios fortes, ativos e com recursos suficientes.

Em sua primeira visita à capital uzbeque, o chefe da diplomacia norte-americana chegou a Tashkent vindo de Astana, onde participou de uma reunião dos chanceleres dos cinco países da região, o chamado formato C5+1 (Cazaquistão, Quirguistão , Turcomenistão, Tadjiquistão e Uzbequistão + Estados Unidos).

Concordamos em combinar “esforços para criar melhores condições para o comércio, desenvolver o potencial de recursos humanos do Uzbequistão e fortalecer a segurança regional na Ásia Central”, disse o ministro das Relações Exteriores daquele país da Ásia Central, Bakhtiyor Saidov.

O FORMATO QUE PRETENDE DESLOCAR A RÚSSIA DA ÁSIA CENTRAL

Blinken chegou à capital uzbeque vindo de Astana. Ao criar o C5+1 há oito anos, Washington se propôs a fortalecer sua influência na região ao desafiar seus dois principais atores, China e Rússia, disse Andrei Grozin, chefe do Departamento da Ásia Central e Cazaquistão do Instituto para Países da Comunidade de Estados Independentes.

Grozin lembrou que a visita de Blinken, ocorrida nas condições do conflito russo-ucraniano, não pôde ser percebida inicialmente isoladamente. Na parte aberta e pública da sala, “lembro-me sobretudo da dupla ‘proposta comercial’ que anunciou após o encontro com os cinco”.

Washington está monitorando de perto o cumprimento das sanções contra a Rússia e, ao mesmo tempo, entende que o cumprimento das restrições ameaça perdas para a economia da Ásia Central, admitiu Blinken.

Ele colocou de uma forma mais simplificada: “efeitos econômicos secundários”. Nesse sentido, Washington promete conceder “licenças” a empresas da região para “dar tempo para que encurtem relações com firmas russas que estão sob sanções, diversifiquem suas relações comerciais”, declarou.

Isso significa que empresários dispostos podem obter uma espécie de “escudo” das sanções dos EUA se, por sua vez, prometerem cortar relações com parceiros russos. “Entendemos que esse processo leva tempo, que não pode ser feito com um único clique”, acrescentou Blinken.

Em segundo lugar, o secretário de Estado prometeu US$ 25 milhões às empresas locais “para diversificar as rotas comerciais e criar empregos”, ou seja, ele ofereceu uma compensação pelo rompimento das relações comerciais com a Rússia.

Os Estados Unidos estão cientes dos “efeitos colaterais e estão fazendo todo o possível para minimizá-los, mitigá-los e criar várias novas oportunidades para parceiros aqui na Ásia Central”, insistiu.

A IMPORTANTE ECONOMIA DO CAZAQUE

Todos sabem que no ano passado o Cazaquistão se tornou uma das principais rotas de importações paralelas; é com a ajuda deles que a Rússia consegue contornar as sanções ocidentais.

Neste contexto, o volume de negócios dos dois países está crescendo consideravelmente, disse Marat Shibutov, cientista político e representante da Associação de Cooperação Fronteiriça no Cazaquistão.

Para Shibutov, uma visita do secretário de Estado norte-americano obviamente não será suficiente para obrigar a região a se distanciar de Moscou. E a quantia proposta de insignificantes 25 milhões é ridícula, dado o comércio com a Rússia na casa das dezenas de bilhões de dólares.

O valor é realmente irrisório, mas seria apenas a “primeira parcela” para “desenvolver possíveis caminhos econômicos alternativos”, se os estados ainda quiserem parar de cooperar com a China e a Federação Russa.

Além disso, descobriu-se que o emissário estadunidense não tinha apenas uma cenoura, mas também um chicote. Muitos dos especialistas regionais afirmam que, nos bastidores, Blinken ameaçou os ministros das Relações Exteriores dos países da Ásia Central com sanções secundárias.

Tais restrições secundárias foram as teses mais repetidas nas negociações. Na verdade, o secretário de Estado foi intimidar o Cazaquistão e o Uzbequistão, mas é improvável que tenha conseguido: a Rússia tem muitos laços econômicos com os países da região.

De fato, seu colega cazaque, Mukhtar Tleuberdi, que comentou publicamente depois de falar com Blinken, observou que nenhuma empresa cazaque caiu sob sanções secundárias dos EUA devido à cooperação com os russos.

Como em Tashkent, em Astana Blinken foi recebido no mais alto nível, no nível do presidente.

A visita do secretário dos EUA não pode afetar as relações do Cazaquistão com a Rússia e a China, acredita Rakhim Oshakbaev, diretor do Centro de Pesquisa Aplicada e membro do Valdai International Club.

“Acho que mesmo antes da visita, Astana deixou claro que adere firmemente à política multivetorial”, lembrou Oshakbaev.

A essência desta política nas condições modernas, no contexto de falhas geopolíticas e conflitos armados, pode ser formulada da seguinte forma: não se deve esperar que o Cazaquistão se torne parte de nenhuma “coalizão anti-russa”, nem anti-chinesa.

Também não se juntará às frentes antiocidentais e permanecerá um parceiro previsível e confiável no âmbito das associações das quais já é membro: são a União Econômica da Eurásia, a Comunidade de Estados Independentes e o Tratado de Segurança Coletiva Organização.

“Também não passou despercebido pelos observadores regionais que em 25 de fevereiro, na véspera da chegada de Blinken, o Ministério das Relações Exteriores do Cazaquistão acolheu com satisfação o plano de paz proposto pela China para a crise ucraniana”, lembrou o especialista de Valdai.

Em sua opinião, isso também se tornou um sinal, uma pista importante para o convidado norte-americano.

O secretário de imprensa do presidente da Rússia, Dimitri Peskov, foi recentemente questionado se as relações entre Moscou e Astana estão “esquentando” como resultado dos esforços de Blinken.

“Não”, respondeu o porta-voz do Kremlin. Valorizamos nosso relacionamento e também nos unimos por laços bilaterais, que possuem diversos formatos. Estamos unidos pela participação conjunta em projetos de integração. E estamos vendo uma dinâmica muito positiva no desenvolvimento desses laços, concluiu Peskov.

arb/to/gfa/ls

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