20 de May de 2024
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Rússia 1917

Rússia 1917

Lima (Prensa Latina) Recentemente, o mundo se lembrou de um dos episódios mais altos da vida contemporânea: a Revolução Russa, ocorrida há 105 anos.

Por Gustavo Espinoza M.

Jornalista peruano e ex-parlamentar, colaborador da Prensa Latina

Como em sucessivas imagens, eventos que iluminam essa memória desfilaram pela memória de homens e mulheres de todos os países: os tiros do cruzador Aurora, a fortaleza de Pedro e Paulo, a mobilização dos trabalhadores da fábrica Putilov, o Smolny, o assalto no Palácio de Inverno tomada em noite memorável por um destacamento liderado por Antonov-Ovseenko, que recebeu a tarefa de Lenin.

A Revolução Russa de 1917 foi precedida por outros grandes episódios. Talvez se a primeira tenha sido a rebelião dos escravos, liderada por Spartacus, o gladiador trácio que colocou o Império Romano no limite.

Ele não triunfou, mas deixou como legado duas expressões que perduram: os homens crucificados na Via Ápia como expressão da crueldade dos Césares, e a bandeira vermelha hasteada pelos rebeldes ao marchar para o combate. Este último continua a ser o símbolo de coragem e heroísmo dos povos em todos os cantos do planeta.

Mais tarde, outros episódios viriam: em 1630 a Revolução Industrial que deu origem ao Cartismo; a Revolução Francesa de 1789, que com suas bandeiras de Igualdade, Liberdade e Fraternidade abriu caminho para um processo social que marcou uma época; as Revoluções de 1830 e 1848, nas quais o proletariado de Paris começou a desempenhar um papel significativo no esmagamento definitivo dos resquícios da monarquia absolutista dos Luíses.

Em 1871, e após a Guerra Franco-Prussiana, surgiria a Comuna de Paris, o primeiro governo operário da história da humanidade que duraria apenas 71 dias e seria bestialmente afogado em sangue pelo abominável Adolfo Thiers, aquele “Sila francês” como ele, com razão, Marx a definiu.

Então, e já no século 20, a Revolta de Moscou, quando os trabalhadores do bairro Presnia, sob a liderança de Babushkin, usaram as barricadas como sua forma preferida de combate. E certamente a ação de Petrogrado, que evocamos em nossos dias e que abriu caminho para uma experiência praticamente inédita na história da humanidade: o estabelecimento de um novo tipo de governo, de natureza socialista.

A Revolução Russa, para se afirmar, teve que superar obstáculos colossais: a guerra civil que durou até 1921; a agressão de 14 nações que atacaram militarmente o Estado soviético com o objetivo de aniquilar a experiência nascente; e as consequências da Primeira Guerra Mundial, que deixou a Rússia com um terrível legado de fome, destruição e miséria. Assim, dos escombros, o Poder Soviético teve que ser construído.

EXPRESSÃO MÁXIMA DO SOCIALISMO CONTEMPORÂNEO

A Revolução Russa, graças ao socialismo, pôde demonstrar que era possível acabar com a autocracia czarista, um regime de dominação opróbrio que parecia invencível, e gerar a construção de um mundo novo, mais humano e mais justo; transformar um país extremamente pobre e atrasado na segunda potência mundial, em apenas quatro décadas; derrubar o sistema colonial, abrindo caminho para o surgimento de dezenas de países independentes e soberanos.

Da mesma forma, revigorar a luta dos povos afirmando as tarefas de libertação e desenvolvimento, como confirmam as experiências vitoriosas do Vietnã, da República Popular Democrática da Coreia, de Cuba e de outros povos; promover a cultura, a ciência e a tecnologia atingindo níveis nunca antes vistos.

Há as façanhas de Yuri Gagarin e Valentina Tereshkova, os avanços na saúde, educação, habitação e emprego, bem como a luta contra os males inerentes à sociedade capitalista.

No Peru, esta experiência foi saudada com entusiasmo por José Carlos Mariátegui. Para ele, a Revolução Russa foi a expressão máxima do socialismo contemporâneo. É, ele nos disse, “um evento cujo alcance histórico ainda não pode ser medido”.

Mas nosso Amauta também teve a sabedoria de avaliar a figura dominante neste processo único, cujo nome por si só sempre despertou o medo dos exploradores de todos os países.

De Lenin, ele disse com efeito: “O líder russo possuía uma inteligência extraordinária, uma cultura extensa, uma vontade poderosa e um espírito abnegado e austero. atividade a ele “revolucionário”.

Em apenas cinco linhas, soube desenhar uma personalidade inteira e mostrá-la em todos os seus traços distintivos. E é que, para ele, Lenin era de fato “um homem suave, simples, cristalino, atual, moderno”. Ele tinha todas as virtudes para ser considerado a figura máxima e expressão emblemática da Revolução Mundial. Foi assim que ficou na história.

A queda do socialismo na URSS foi o resultado de erros e distorções na sua aplicação, o trabalho constante do inimigo interno e externa e a traição de uma liderança que operava nas costas do povo.

Mas não gerou -como esperavam os cortesãos do capitalismo- a vitória desse sistema de dominação. O mundo unipolar governado pelos Estados Unidos está vazando em todos os lugares hoje. E por toda parte os povos lutam para estabelecer um regime socialista baseado nos fundamentos teóricos e políticos do socialismo do século XX, e por isso o chamam, para terror dos enlutados do Império, de socialismo do século XXI.

Como dizia o poeta peruano César Vallejo nas páginas do Mundial, em 1917 o ideal russo “era o dono do futuro da humanidade”.

arb/gem/ml

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