Até ontem, sexta-feira, o país ainda aguardava a contagem dos votos em Nevada e Arizona para saber a nova composição do Senado, enquanto teorias da conspiração sobre o atraso no processamento das urnas vêm à tona.
Aproximadamente 540.000 cédulas no Arizona e 95.000 em Nevada ainda não foram contadas após as eleições de terça-feira, 8 de novembro, segundo estimativas do canal CNN.
Informações de outros meios de comunicação revelam que no primeiro destes estados 78 por cento dos votos já foram apurados, e conferem uma vantagem ao chefe da Câmara Alta Mark Kelly (com 51,7 por cento de apoio) em relação ao republicano Blake Masters ( 46.1).
Enquanto isso, em Nevada, onde 90% das cédulas já foram apuradas, o membro do partido simbolizado pela cor vermelha Adam Laxalt, ex-procurador-geral da demarcação, superou por pouco a senadora democrata Catherine Cortez Masto, 49% contra 48. Embora as autoridades tenham alertado que a recontagem para dar os resultados pode levar dias e até semanas, alguns conservadores levantaram dúvidas sobre o processo.
Diante desses comentários, os funcionários eleitorais tentaram no dia anterior desmentir informações falsas sobre quanto tempo levou para analisar os votos.
A convocação às urnas na última terça-feira redefinirá o controle do Congresso a partir da decisão sobre 35 das 100 cadeiras do Senado e das 435 da Câmara dos Deputados.
Por sua vez, os americanos votaram pelo destino de 36 governos e uma série de cargos-chave do estado, de secretários de estado a juízes da Suprema Corte, o que sem dúvida influenciará o restante da presidência de Joe Biden.
Entre os destaques do dia está o que aconteceu na Flórida, estado que se vestiu de vermelho. Lá, os candidatos republicanos conseguiram virar duas cadeiras democratas, que foram redesenhadas para favorecê-los.
Além disso, Ron DeSantis conseguiu colocar o condado de Miami-Dade, que não votava em um candidato republicano a governador há duas décadas, em uma vitória retumbante, informou a mídia local.
Na opinião de analistas, isso pode abrir o precedente para um confronto com o ex-presidente Donald Trump, pela indicação presidencial do partido em 2024.
Especialistas dizem que o balanço das eleições intermediárias para “Trumpismo” é um veredicto ruim sobre seu efeito geral na direção e na marca do Partido Republicano.
DeSantis ganhou um segundo mandato por uma margem de cerca de 20 pontos, em um estado que, pelo menos até a última terça-feira, ainda era considerado um campo de batalha, embora de inclinação conservadora.
O político republicano, que enfurece os liberais com suas posições sobre imigração, regulamentação eleitoral e educação, também mostrou seu apelo eleitoral de outras formas, e neste momento é considerado o maior rival de Trump, caso ambos decidam disputar a corrida presidencial.
Por outro lado, o senador Marco Rubio derrotou seu adversário democrata, o deputado Val Demings, garantindo seu terceiro mandato no Congresso e consolidando ainda mais o controle do Partido Republicano (GOP) no estado do sul.
Biden fez uma avaliação da situação caso os vermelhos assumam o controle do Congresso, durante uma arrecadação de fundos na última sexta-feira em Chicago.
“Se perdermos a Câmara dos Deputados e o Senado, serão dois anos horríveis”, admitiu, dizendo que “a boa notícia é que terei poder de veto”.
No entanto, a resistência demonstrada pelo partido democrata contra o republicano nas eleições impediu que esse processo fosse considerado uma derrota para o presidente norte-americano, estimam analistas.
No momento sites especializados dão aos democratas 48 cadeiras na Câmara Alta e 49 aos conservadores, com a disputa pela maioria centrada no Arizona, Nevada e Geórgia, esta última com um segundo turno das eleições marcado para o próximo dia 6 de dezembro.
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