5 de May de 2024
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Bitcoin em tempos de pânico

Bitcoin em tempos de pânico

San Salvador (Prensa Latina) Dois anos depois de atingir o pico de seu valor com 69 mil dólares em 10 de novembro, o bitcoin também teve a maior queda para criar um ambiente de pânico em El Salvador, onde esta moeda virtual tem curso legal graças a uma lei aprovado por iniciativa do Presidente Nayib Bukele.

Por Luis Beaton

Correspondente-chefe em El Salvador

Em sua descida ao abismo, o token atingiu a faixa de US$ 15 mil, um choque que causa alarme entre aqueles que apostam em seu sucesso para fazer fortuna e apresentá-lo como alternativa ao dólar e outros ativos em tempos de crise.

O acidente começou quando Changpeng Zhao, CEO da importante exchange de criptomoedas Binance, anunciou a assinatura de uma carta de intenção de compra depois que a rival FTX pediu sua ajuda para conter uma “grande crise de liquidez”.

A decisão abalou o mercado e o bitcoin, que representa 40% do universo das criptomoedas, começou a cair da barreira de 20 mil para 17 mil dólares, e continua sua queda na terça-feira, 8 de novembro, para um mínimo de 15 mil 663.

Essa queda atingiu outras criptomoedas que caíram acentuadamente: ethereum foi negociado 12,3% abaixo de seu valor nas últimas 48 horas, BNB -16,7%, XRP -12,9, cardano -10,6, dogecoin 13,4. Este último, selecionado pela nova administração do Twitter para integrar seu gateway de pagamento.

Explicando o pânico causado, os especialistas apontaram que os problemas do FTX “mostram que a liquidez nas plataformas de criptomoedas é muito variável”, segundo Dan Dolev, analista do megabanco japonês Mizuho, que ressaltou que “há muito pouco capital” por trás como backup.

Os adeptos das tecnologias de criptografia e blockchain têm sido usados para booms seguidos de quebras desde que o Bitcoin nasceu em 2009. O valor de mercado das criptomoedas subiu para US$ 3 trilhões em novembro do ano passado, antes de cair para menos de um bilhão em junho de 2022, avaliou o jornal salvadorenho El Mundo.

Esses altos e baixos parecem ser frequentes, pois o ativo em El Salvador já registrou uma leve recuperação em 10 de novembro, sendo negociado a cerca de 17 mil dólares, depois de cair para 15 mil na quarta-feira.

Devido a “coisas” no mercado, a plataforma Binance desistiu de resgatar a FTX, após analisar suas contas e enfrentar possíveis investigações por parte das autoridades americanas, e após anunciar sua intenção de dar esse passo.

É o jogo daqueles que dominam os ativos criptográficos. Antes da crise, Changpeng Zhao alertou que a operação ainda precisava passar pelo processo de due diligence e que essa plataforma de negociação (‘troca’) de criptomoedas e outros ativos criptográficos poderia se retirar a qualquer momento do acordo, o que finalmente aconteceu.

PERDAS GERAIS

O anúncio foi muito mal recebido no mercado de criptomoedas, causando quedas generalizadas em todas as suas versões, mas a queda mais pronunciada foi a do FTT, a moeda FTX, que sofreu uma queda de 76% em duas horas.

Antes da retirada, em uma conferência com investidores antes da retirada da Binance, o CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, estimou o buraco na plataforma em cerca de oito bilhões de dólares.

Inclui a necessidade de cerca de quatro bilhões para que a empresa possa manter sua solvência, informaram fontes familiarizadas com a Bloomberg, uma empresa americana de consultoria financeira, software, dados e mídia do mercado de ações.

O alarme continua e há muitos consultores financeiros que consideram o fiasco da FTX como um exemplo de por que a regulamentação do setor de criptomoedas é mais crítica do que nunca.

Diante dessa situação, alguns especialistas acreditam que os participantes do setor e os supervisores financeiros devem agora aproveitar este momento como um ponto de virada e trabalhar juntos para fortalecer ainda mais o setor e incutir confiança e transparência por meio de regulamentação sensata e viável.

Isso pode ser um freio para futuras situações de pânico e crise neste “novo mercado”. O desastre da plataforma de criptomoedas FTX, liderada por um dos gurus do mundo cripto, dá um novo sinal de alarme para um setor jovem frequentemente abalado por falências e atingido pelo contexto econômico internacional.

A queda do bitcoin e o pânico causado podem ser um alerta antecipado sobre o futuro desse tipo de ativo, e até, segundo comentaristas, podem ter impacto na sobrevivência de muitas dessas empresas em um setor que ainda não decolou.

No entanto, apesar dos contratempos, há seguidores das tecnologias cripto e blockchain, acostumados a períodos de prosperidade seguidos de problemas desde o surgimento do bitcoin em 2009, que mantêm sua aposta.

Há exemplos que justificam a essas tendências. O valor de mercado das criptomoedas chegou a US$ 3 trilhões em novembro do ano passado, antes de cair abaixo de US$ 1 trilhão em junho de 2022.

Isso indica que as oscilações podem ser recorrentes da mesma forma que o pânico sempre estará presente e, enquanto isso, um ponto de interrogação flutua no ar. As criptomoedas serão uma alternativa ao padrão dólar em tempos de crise?

NO SALVADOR

Segundo o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, durante o programa americano de Tucker Carlson na rede FOX sobre este curso legal em seu país, “cada vez mais pessoas no mundo ocidental estão procurando sistemas alternativos, descentralizados, com maior independência, que eles não podem ser confiscados ou censurados”.

“Estamos no projeto de construir uma nova cidade e mineramos bitcoin com o poder dos vulcões”, disse Bukele naquela entrevista, que vê um futuro promissor para o país nesse ativo, mas alguns observam com alguma desconfiança as supostas bonanças oferecidas pelo bitcoin e temem queimar com a lava dos vulcões aos quais o presidente alega figurativamente.

Apesar do otimismo de um dos principais ativistas das criptomoedas, em seu próprio país, pesquisas indicam que 77,1% da população consultada acredita que o governo deveria “parar de gastar dinheiro público” em bitcoin.

No entanto, em relação aos detratores de suas decisões, Bukele mencionou que há muita imprensa negativa em relação às medidas de seu governo, da maioria das publicações econômicas do hemisfério.

“Essas publicações financeiras publicam mentiras (o crash foi uma realidade), mas você sabe, algo especial sobre as mentiras é que elas não duram muito. vêem as coisas de outra linha e vêem a realidade”, disse Bukele na entrevista com Carlson.

A realidade, sublinhou, prevalece sempre sobre a mentira porque é real. É mais fácil de sustentar, disse o presidente salvadorenho, que parece determinado a continuar promovendo esse ativo virtual.

O preço do bitcoin vai disparar em 2023, uma premonição de cartomante que pode sustentar as apostas agora, em tempo de pânico, daqueles que acreditam que essa “moeda” é uma alternativa ao domínio do dólar na economia mundial.

arb/lb/ml

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