Tornar o transtorno mental mais grave visível na sociedade e gerar estratégias de apoio para que essas pessoas possam enfrentar sua doença ou serem curadas definitivamente estão entre os objetivos da campanha.
Isso é promovido todos os anos pela Federação Mundial de Saúde Mental (WFMH, sigla em inglês) desde 1982, sob os auspícios da Organização Mundial da Saúde.
Trata-se de conscientizar sobre a necessidade de maiores esforços para diagnosticar e tratar os transtornos de saúde mental em idade precoce, o que, além de reduzir o custo financeiro futuro, previne outros tipos de problemas, como o suicídio.
Na apresentação do tema, escolhido por meio de votação global entre interessados e membros da Federação, a WFMH definiu que “o mundo está se recuperando dos efeitos da pandemia de coronavírus, das guerras, do deslocamento e da emergência climática…”, tudo com consequências para o bem-estar dos habitantes do planeta.
A pandemia de Covid-19 mostrou que muitos sistemas de saúde estão mal preparados para lidar com os desafios de saúde física e mental enfrentados por suas populações, disse a federação.
Os índices de pessoas que vivenciam a ideação suicida estão aumentando em todo o mundo, destacou a entidade especializada e alertou que tanto as pessoas com experiências vividas de saúde mental, bem como suas famílias e outras populações, alertam que esta não é uma questão prioritária, em geral… nem dos governos nem da sociedade.
O estigma e a discriminação constituem uma barreira à inclusão e ao acesso a cuidados adequados, destacou o WFMH, adiantando que há cada vez mais evidências de que a prevenção do fenômeno é possível.
Precisamos, entre outras ações, trabalhar com governos e outras partes interessadas para aplicar medidas preventivas universais, planos que reduzam o risco de doenças mentais por meio da promoção da vida social e da aplicação de políticas inclusivas.
Ele também se referiu à importância de apoiar o bem-estar da vida desde a gravidez, nascimento, primeira infância, início da adolescência, da idade adulta até a idade adulta maior.
Por outro lado, um relatório da Unicef chamou a atenção para o fato de mais de 13% das crianças e adolescentes entre os 10 e os 19 anos sofrerem de uma perturbação mental, e destacou que a ansiedade e a depressão representam cerca de 40% dos problemas de saúde mental.
A isto acresce, salientou, o mal-estar psicossocial das crianças e dos jovens que não chega ao nível da perturbação mental, mas que perturba a sua vida, a sua saúde e as suas expectativas para o futuro.
Abuso sexual, bullying ou cyberbullying, expectativas sobre emprego ou mudanças climáticas, vícios com ou sem substância, solidão indesejada, ser migrante ou ter sobrevivido a um conflito de guerra estão entre os fatores de risco para a saúde mental de crianças, adolescentes e jovens, segundo a UNICEF.
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