O encontro entre representantes de empresas nacionais respondeu a um apelo da Organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo (APPO, na sigla em inglês).
Em nome do secretário-geral da instituição, o responsável Taher Najah sublinhou que as soluções para os desafios ‘não podem ser enfrentadas isoladamente’.
Conforme explicou, um estudo solicitado pela APPO identificou três áreas fundamentais, finanças, tecnologia e mercado, onde se concentram as ameaças eminentes à indústria de petróleo e gás no continente.
Quase todas as nações, referiu, dependem em grande medida do financiamento externo para a execução dos investimentos, daí a relevância de um recente acordo entre a APPO e a instituição pan-africana Afreximbank, que permitirá a disponibilização de seis mil milhões de dólares destinados a o portfólio de projetos.
Na opinião do administrador Sebastião Martins, da empresa angolana Sonangol, a transição energética é inevitável, pelo que a APPO deve promover a colaboração e a criação de alianças a favor da segurança energética, do desenvolvimento sustentável e da diversificação económica em África, utilizando o petróleo como catalisador.
A este respeito, o director-geral da Nigerian National Petroleum Corporation, Mele Kolo Kyari, defendeu a necessidade de fazer negócios com tecnologias limpas, de forma a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.
Seu país, acrescentou, continuará compartilhando experiências, entre elas, as relacionadas à inserção de pequenas empresas nas cadeias de valor do setor. Do lado anfitrião, o secretário de Estado do Petróleo e Gás, José Alexandre Barroso, destacou que o Governo de Angola aprovou em 2021 uma lei sobre o conteúdo local da actividade petrolífera, de forma a incentivar a participação do empresariado nacional.
Análises sobre o estado da energia na África indicam que, enquanto o mundo desenvolvido clama pelo fim dos combustíveis fósseis devido às mudanças climáticas, o chamado ‘continente negro’ continua enfrentando a crise da pobreza energética.
Mais de 600 milhões de habitantes não têm acesso à eletricidade e 900 milhões não dispõem de soluções limpas para cozinhar,apoia o relátorio temático 2022.
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