Com as exigências e divulgação no cotidiano, as comissões (serão três) são oficialmente constituídas, mas para seu funcionamento depende da designação dos membros pelos dirigentes dos blocos partidários.
Segundo o secretário-geral do Senado, mesmo com a leitura feita por Pacheco, os senadores podem retirar assinaturas das demandas de instalação.
O portal G1 assegura que a criação de três grupos ao mesmo tempo foi uma solução política para atender à oposição que pressionava pela CPI da Educação e também às reivindicações de partidários do governo, contrariando o legislativo para fiscalizar aquela pasta.
Apesar de criadas, as comissões só devem funcionar após as eleições de outubro, conforme acordo firmado entre Pacheco e lideranças partidárias.
Entre os pedidos que aguardavam leitura, estava a criação da comissão para apurar as denúncias de desvio de recursos públicos na associação entre o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, encaminhados ao ex-funcionário a pedido do presidente Jair Bolsonaro.
A mídia diz que, até a semana passada, o chefe do Senado resistiu à criação da comissão, mas foi convencido pelos opositores de que manter a CPI seria ruim para sua campanha de reeleição.
O argumento por uma CPI ganhou força após suspeitas de obstrução do ex-capitão do Exército nas investigações contra o ex-ministro.
Recentemente, em ligação interceptada pela Polícia Federal, Ribeiro disse à filha que Bolsonaro o havia alertado para uma possível operação de busca e apreensão em sua direção, como realmente aconteceu.
Segundo o senador Randolfe Rodrigues, o governante de extrema-direita teme as declarações do ex-funcionário e do religioso, que “mostram inequivocamente que há indícios de que esse esquema de corrupção tenha tentáculos no Palácio do Planalto (sede do Poder Executivo)”.
Uma reportagem do jornal Folha de São Paulo divulgou um áudio no dia 21 de março em que Ribeiro afirmava ser a favor de um pedido do chefe de Estado e de conselhos municipais ligados a clérigos amigos do governo.
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