A instituição teve motivos de sobra para conferir tal distinção ao núcleo urbano da antiga Villa del Puerto del Príncipe, fundada, porém, a norte, na localidade de Pueblo Viejo em Nuevitas em fevereiro de 1514, e que atualmente se orgulha de ser um dos mais bem preservados do gênero no país.
Justamente o já tradicional evento do Simpósio Internacional Desafios na Gestão e Gestão das Cidades, que aqui se realiza, tem como principal desafio o cuidado e a divulgação para as gerações futuras da transcendência do legado material e imaterial das cidades patrimônio de Cuba.
“Os problemas incríveis e diversos na gestão das localidades, a necessidade de inclusão e a assimilação da modernidade estão entre os principais desafios para os especialistas”, disse o diretor do Gabinete do Historiador no mais recente evento desse tipo. José Rodrigues.
E não é para menos se levarmos em conta a necessidade de aliar sustentabilidade, com desenvolvimento, e o conhecimento de tudo o que uma cidade nos lega de cultura, tradições, mesmo olhando as perspectivas das próprias possibilidades de exploração de sua fortuna.
Aliás, dada a necessidade de tornar cada espaço representativo da cultura, fonte de riqueza espiritual e econômica, 2021 foi reconhecido como o Ano Internacional da Economia Criativa para o Desenvolvimento Sustentável.
Tal premissa impulsiona atualmente a etapa de diagnóstico do projeto Arte Plaza no Centro Histórico da província de Camagüey, localizado a cerca de 540 quilômetros a leste de Havana, um dos primeiros povoados fundados pelos espanhóis no Caribe.
Desde a sua aprovação em 2016, o Office of the City Historian (OHCC) como entidade dinâmica, desenvolve o programa também denominado Creative Industries, com financiamento da União Europeia, com base nesta área.
Em declarações à Prensa Latina, a especialista em Plano Diretor do OHCC, María Carmenates, afirmou que “o potencial da cidade ajudará a fortalecer as capacidades dos agentes culturais e econômicos e da população em geral”.
Ao longo de 330 hectares que abrigam mais de 57 mil habitantes, é o Centro Histórico que tem seu eixo fundacional no Parque Ignacio Agramonte, bem às margens da Prefeitura e do Parroquial Mayor, o espaço que abriga a mais intensa atividade comercial atividade, e onde se destacam os hotéis da Marca E, do grupo hoteleiro Cubanacán.
Dona de atributos pouco comparáveis entre os de seu tipo em nossa área geográfica, esta cidade também é reconhecida como a cidade das igrejas, e destacam-se, por exemplo, as atrações arquitetônicas da Catedral Metropolitana, localizada no patrimônio Plaza del Carmen, espaço sagrado entre as do gênero na Arquidiocese, visitada pelo Papa João Paulo II em 1998.
Por sua vez, a antiga Villa de Santa María del Puerto del Príncipe distingue-se pelo seu próprio modelo de desenvolvimento urbano da Espanha medieval cristã, que passa por costumes religiosos, mesmo arquitetura ou o campo culinário.
A cidade também tem uma marca diferente, pois foi onde foi escrita a primeira obra literária em Cuba: Espejo de Paciência, de autoria do ibérico Silvestre de Balboa, para o ano de 1608.
De Camagüey, as letras cubanas também têm filhos ilustres. Na lista, Gertrudis Gómez de Avellaneda, poeta eminentemente oitocentista, ou Nicolás Guillén (1902-1989), considerado o poeta nacional da maior das Antilhas.
Mas o repertório cultural da região transcende para nos levar a elementos arquitetônicos, e tradições em condições de autenticidade e excepcionalidade, e que tornam a cidade pródiga em riquezas únicas.
Berço de encantos únicos, um tesouro para a cultura cubana em geral, é o Centro Histórico de Camagüey com as pessoas que o habitam, uma referência e amostra idiossincrática da maior das Antilhas.
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