19 de March de 2024
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O voto decisivo dos jovens no Brasil

O voto decisivo dos jovens no Brasil

Brasília, 26 jun (Prensa Latina) Insatisfeitos com o governo do líder de extrema-direita Jair Bolsonaro, os jovens prometem ir às urnas em outubro como nunca antes na história do Brasil, para serem protagonistas das eleições.

Por Osvaldo Cardosa

Correspondente da Prensa Latina no Brasil

“O papel desse segmento nas eleições será decisivo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, representamos 23% da população. Somos 47 milhões de pessoas”, disse com exclusividade à Prensa Latina o advogado Allanis Dimitria, da coordenação estadual do movimento social Levante Popular da Juventude no Rio de Janeiro.

Ele destacou que, além da consistência eleitoral, “temos a capacidade de influenciar politicamente outras gerações”.

Os comentadores estimam que os jovens podem ter um peso importante no debate eletivo em curso, bem como na votação e nos seus resultados ao tentarem marcar a sua presença nas redes sociais e nos círculos de amigos e familiares.

Soma-se a isso o fato de que, de diferentes setores da sociedade, o público adolescente é incentivado a obter o título de eleitor.

Os jovens podem exercer seu direito nas eleições nacionais a partir dos 16 anos, previsão prevista na Constituição de 1988, que registrou o voto obrigatório a partir dos 18 anos.

Diante dos fatos, também é inegável a marcante influência exercida por artistas consagrados como Anitta, que utiliza seus shows e plataformas digitais para convocar as urnas, independentemente do status social, tendo em vista a incidência manifesta da internet.

E embora alguns analistas tentem minimizar a hierarquia do voto e incliná-lo para a onda conservadora que prevalece desde janeiro de 2019, não há dúvida de que o eleitorado jovem é comumente associado à esquerda.

“Muitos dizem que não estamos interessados em política e nós mesmos acreditamos que não entendemos de política o suficiente para nos posicionarmos, mas não é verdade, historicamente a juventude brasileira protagonizou lutas pela democracia e os dereitos, e seguimos fazendo no movimento estudantil, nos bairros e nas favelas”, elucidou Dimitria de Oliveira.

INSATISFAÇÃO MANIFESTA

Sublinhou que “os jovens estão cada vez mais insatisfeitos porque o país não vai bem”.

Referiu ainda que “com o discurso antipolítico que ouvimos: todo político é corrupto, todo político é ladrão, vimos que o voto é um meio de transformar a nossa realidade, ainda mais para aquela juventude com a tarefa histórica de derrotar um projeto neofascista como o bolsonarismo (partidários de Bolsonaro)”.

Ao mesmo tempo, os jovens sentem o desemprego, a precariedade da educação, a falta de oportunidades, a indiferença com suas vidas.

“Não queremos apenas o direito ao amanhã, ao futuro, queremos uma vida digna hoje, queremos políticas públicas efetivas hoje, e vamos lutar por isso”, destacou a estudante de Ciências Sociais.

Apesar das tentativas de colocar uma chamada terceira via de candidatos na mesa eleitoral, a eleição é polarizada e o quadro atual limita o alcance que eles podem ter.

As pesquisas corroboram cada vez mais essa centralização entre duas atitudes políticas de extremos ideológicos, com pouco espaço para uma terceira proposta.

No cenário, de acordo com os últimos estudos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostra cerca de 50% de preferência, seguido por Bolsonaro, que ultrapassa os 30%.

Ambos os candidatos ao poder continuam sendo o foco principal das pesquisas e têm a maior força para capturar a atenção da mídia e dos formadores de opinião.

Para Dimitria de Oliveira, nesse panorama polarizado, a juventude brasileira quer se posicionar e participar ainda mais do processo eleitoral.

Ele relatou que “partidos políticos, artistas, influenciadores (criadores de conteúdo na internet) e movimentos populares realizaram ações para incentivar os jovens a obter o título de eleitor e poder votar pela primeira vez, por meio de campanhas como “meu primeiro voto” e “tire o título, tire Bolsonaro”.

Embora o voto seja facultativo para adolescentes de 16 e 17 anos, explicou, “atingimos a marca histórica de mais de dois milhões de novos eleitores entre 15 e 18 anos. Queremos que nossas vozes sejam ouvidas! Queremos mais do que nunca participar nesta luta, que também é nossa!”, disse à Prensa Latina.

VOTO POR LULA

Sobre os dois candidatos favoritos e a possível votação, a jurista destacou que “a juventude brasileira sente os efeitos da crise econômica, social, política, ambiental e sanitária, agravada ainda mais pelo governo Bolsonaro”.

Admitiu que nos últimos quatro anos “temos um agravamento das condições de vida devido à aplicação de uma agenda política ultra-neoliberal, conservadora e neofascista que atravessa as nossas vidas. Sobreviver é cada vez mais difícil! Somos uma geração sem perspectiva “, certificou.

A advogada argumentou que a luta “vai além das eleições: é recuperar nossa capacidade de sonhar e até de existir. Estamos sofrendo com a exclusão educacional, o desemprego, o aumento da cultura da violência, vendo como tentam tatuar o fascismo na sociedade brasileira e o extermínio da juventude negra e periférica”.

Por sermos jovens, acrescentou, “somos potencialmente manifestantes. Questionamos a realidade dada. E com esta crise, assim como o povo, estamos indignados. As pesquisas indicam que seis em cada 10 eleitores entre 16 e 24 anos votará em Lula para a presidência, contra Bolsonaro. Pelo menos 67% dos jovens desaprovam o atual governo”, acrescentou.

Certos consultores do referendo se proclamam convencidos de que, em um período de polarização, cada voto fará a diferença no resultado final do plebiscito, no qual os jovens votariam mais com emoção e respaldados em seus valores pessoais.

Outros defendem que atualmente as redes sociais são ferramentas essenciais para envolver o voto dos jovens eleitores, mas alertam que também podem ser disseminadores de informações falsas.

“O Bolsonarismo atua com base em supostas ameaças democráticas e notícias falsas, na tentativa de estabelecer medo e desconfiança diante de uma possível vitória eleitoral de Lula, principalmente nos setores populares e evangélicos”, disse a advogada à Prensa Latina em seu extenso raciocínio.

Apesar de estarmos vacinados contra notícias falsas desde as eleições de 2018, “ainda temos um longo caminho a percorrer na comunicação de massa”, concordou.

Apontou que, a partir dos levantamentos nas escolas, de Norte a Sul do Brasil, “identificamos que muitos jovens tiraram o título eleitoral para tirar Bolsonaro da presidência”.

Ela apreciou que o sufrágio jovem seja majoritariamente anti-Bolsonaro, porque seu governo representa um presente e um futuro sem perspectiva. “No primeiro turno (2 de outubro) e no segundo (30 de outubro), se houver, a juventude vai votar em Lula para a presidência.”

O voto jovem pode ser “o fiel da balança, pode ser o decisivo”, sentenciou por fim.

arb/ocs/hb

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