Rostos de homens e mulheres, acompanhados de breves relatos de vida, ajudaram a ilustrar os tempos de escravidão e o espírito rebelde dos africanos que, no século XIX, ingressaram na luta contra o colonialismo naquela terra sul-americana.
Outra coleção, composta por reproduções de pinturas feitas na Venezuela, convida a relembrar o legado de 19 líderes deste continente, entre os quais António Agostinho Neto, Mohamed Ahmed Ben Bella, Gamal Abdel Nasser, Thomas Sankara, Ahmed Sékou Touré e Nelson Mandela.
Ambas as exposições foram inauguradas esta sexta-feira na sede em Luanda da Liga Angolana de Amizade e Solidariedade com os Povos (Laasp), por iniciativa conjunta da entidade e da embaixada da nação bolivariana.
Membros do corpo diplomático estiveram presentes na abertura das exposições, que também culminou no encontro com crianças do ensino básico e na fruição de danças tradicionais angolanas.
Em declarações à Prensa Latina, a presidenta do Laasp, Elisa Pedro, confirmou o interesse em promover intercâmbios, com base no memorando assinado com o Instituto Simón Bolívar pela Paz e Solidariedade entre os Povos (ISB), em Caracas.
Conforme anunciado, estão convidados representantes da ISB e de artistas venezuelanos para as atividades do centenário de nascimento de António Agostinho Neto (17 de setembro de 1922-10 de setembro de 1979), primeiro presidente e fundador da nação angolana.
A delegação sul-americana deverá chegar a Luanda no próximo mês de Setembro, disse Pedro, que apreciou a importância de cultivar a solidariedade internacional a favor do desenvolvimento e da paz.
Durante a cerimônia, o Embaixador Marlon Peña explicou que o Governo de seu país instituiu o Dia Afro-Venezuelano em 2005. A origem da comemoração, destacou, remonta a 2004, quando o comandante Hugo Chávez criou a Comissão Presidencial contra a Discriminação Racial.
No ano seguinte, acrescentou, um grupo de ativistas propôs a data de 10 de maio, por ocasião do 221º aniversário da rebelião de escravos africanos liderada por José Leonardo Chirino, do estado venezuelano de Falcón.
O projeto de implantação do evento foi promovido em 2005 pelo presidente Nicolás Maduro, que na época era o chefe da Assembleia Nacional, explicou Peña.
A África, sintetizou, representa o “reencontro com parte de nossas raízes” e a dignidade dos afro-venezuelanos está ligada ao trabalho da Revolução Bolivariana, com vocação humanista e democrática.
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