Um dos projetos para alcançá-lo é a plena operação da Área de Livre Comércio Continental Africana (Afcfta, na sigla em inglês), que é percebida como a maior área comercial do mundo medida pelo número de países participantes, disse o chefe da Missão do Zimbábue, Ignatius Graham Mudzimba.
Esse esquema, conforme previsto, pode conectar 1,3 bilhão de pessoas em 55 países africanos com um produto interno bruto combinado de US$ 3,4 trilhões, com potencial para tirar 30 milhões de pessoas da pobreza extrema, disse o embaixador.
“Daí a importância de redobrar os esforços para torná-lo totalmente operacional”, pediu Mudzimba.
O acordo constitutivo da Afcfta foi assinado em 21 de março de 2018 até abril de 2021, tinha sido assinado por 54 dos 55 membros da União Africana e ratificado por 36 deles, o que permitiu sua entrada em vigor, ainda não concluída em 30 de maio de 2019.
Mudzimba, como seus colegas Nasser Mohamad Ousbo (Djibuti), Maher El-Adawy (Egito), Boniface Vignon (Benin), B. M. Okoyen (Nigéria), Mariano E. E. Anguesomo (Guiné Equatorial) e Genet Teshome ( Etiópia) conversou com a Prensa Latina sobre notícias africanas nas atividades do Dia da África 2022 em Cuba.
Todos concordaram com a necessidade de as nações africanas promoverem conjuntamente a aplicação da Agenda 2063, entre outras iniciativas, a fim de alcançar o desenvolvimento socioeconômico inclusivo e sustentável ao longo de um período de 50 anos.
Ousbo, que é o decano do corpo diplomático africano em Cuba, disse que foram feitos progressos em projetos como a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África, o Programa para a Promoção de Infraestruturas, o Mecanismo Africano de Revisão por Pares, reforma institucional, Great Green Wall, além de projetar o Vision 2063 e o Afcfta.
No entanto, o continente enfrenta grandes desafios e continua atrasado em seu desenvolvimento, apesar de seu enorme potencial, disse o chefe da missão de Djibuti.
Em seu discurso na noite do Dia da África, ele enumerou essas potencialidades: 30 milhões de quilômetros quadrados, mais de 1.300 milhões de habitantes, importantes bacias de água e hidrocarbonetos, 60 porcento das terras aráveis inexploradas do mundo, 40 porcento das reservas de ouro e 85 a 95 porcento de metais do grupo cromo e platina.
Além disso, a África tem 85 porcento das reservas de fosfato, mais de 50 porcento de cobalto e um terço de bauxita, disse.
Há, de facto, motivos para otimismo: “Apesar dos retrocessos, a maior parte do nosso continente está a progredir, os governos estão a trabalhar; há uma juventude criativa, empreendedora e bem sucedida; milhões de homens e mulheres trabalham, investem e criam riqueza disse Ousbo.
África pretende unir todas estas energias positivas para acelerar o seu desenvolvimento, previu o diplomata jibutiano.
Para atingir este objetivo, salientou, a União Africana tem vindo a estabelecer associações como a Cimeira da Comunidade África-Caribe, que descreveu como uma agenda importante para o futuro.
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