29 de March de 2024
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Colón, a velha saga de uma província panamenha abandonada (+ Fotos)

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Colón, a velha saga de uma província panamenha abandonada (+ Fotos)

Cidade do Panamá (Prensa Latina) O histórico abandono do governo panamenho da província oriental de Colón e seus alarmantes indicadores de desigualdade contrastam com as contribuições do território para a economia nacional, dizem os líderes sociais.

Por Mario Hubert Garrido

Correspondente da Prensa Latina no Panamá

“Todos os governos prometem coisas e não cumprem, e aí fica complicado, porque há oportunismo por parte dos atores políticos e eles aproveitam a situação social e começa o caos”, disse Diógenes Galván, líder comunitário e ex-candidato independente para prefeito de Colombo em 2019.

Outros como Edgardo Voitier, da Coalizão Unidos por Colombo (CUCO), afirmaram que a situação atual os levou a voltar às ruas em greve geral, agora por tempo indeterminado, depois de realizar uma reunião em 12 de maio com o presidente da República, Laurentino Cortizo, mas sem as respostas concretas esperadas.

Como lidar com o alto custo de vida, a disparada dos preços dos combustíveis e um terminal de transporte que nunca chega não recebeu nenhuma reação do governo, disse Voitier.

Para Orlando García, outro líder do setor de transportes, o encontro com o presidente da escola Abel Bravo foi “uma zombaria”, já que não foram dadas respostas às questões mais importantes da lista de demandas.

O presidente prometeu aos dirigentes do CUCO e da Frente Ampla Colonense que atenderá às solicitações feitas e os convidou para uma nova reunião na próxima semana, sem definir onde.

Referiu que dentro de 15 dias será dada a ordem de proceder ao reinício da construção do novo hospital Manuel Amador Guerrero, uma das principais reivindicações dos colonos.

Além disso, prometeu estender o programa de 1.700 empregos por meio da Diretoria de Assistência Social e implantar o programa Aprender Fazendo, em conjunto com a Câmara de Comércio, a Associação de Usuários da Zona Franca de Colón e os portos de contêineres.

Cortizo informou sobre o andamento de alguns projetos como Recuperando mi Barrio, a construção e melhorias de arenas esportivas. Sobre este último ponto, o diretor do Pandeportes, Héctor Brands, anunciou que estão sendo investidos 56 milhões de dólares no estádio Mariano Bula, cuja obra deve estar concluída até o final de 2023.

Também abordaram questões como abastecimento de água, educação, terminal de ônibus e regulação do preço do combustível, mas sem respostas concretas.

Após dias de fechamento de avenidas, manifestações e confrontos violentos entre a população de Colón e a Polícia, a expectativa se concentrava na visita do presidente e na resposta que ele daria aos antigos compromissos assumidos em 2021.

Por outro lado, várias organizações sindicais do Panamá condenaram as políticas neoliberais do governo na capital e expressaram sua solidariedade com a causa dos colonos.

Durante uma grande manifestação perto da Universidade do Panamá, o coordenador da Frente Nacional de Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais (Frenadeso), Jorge Guzmán, disse à Prensa Latina que esta é apenas a primeira manifestação do povo honesto e trabalhador. que sofre as consequências da gestão corrupta da economia.

PROMESSAS PARA 2021

Em 5 de novembro de 2021, uma revolta social semelhante também fez Cortizo viajar para Colón e se comprometer com o desenvolvimento da província.

“Sinto-me obrigado, como poucos, a cumprir com o povo de Colón, para garantir que durante o nosso governo sejam realizadas e concluídas obras que tenham um impacto transcendental na vida da província”, afirmou então.

Entre a lista de promessas constava a reconstrução da histórica casa Wilcox e a ordem de proceder à restauração da escola Abel Bravo, onde seria construído um “centro cultural integral”, projetos no valor de 27,2 milhões de dólares.

Ele anunciou o reinício da construção do hospital Manuel Amador Guerrero (US$ 174 milhões) e do estádio de beisebol Roberto Mariano Bula (US$ 18,6 milhões). No entanto, de acordo com os líderes comunitários, as obras estão caminhando lentamente, e muitas delas estão atoladas em disputas judiciais e problemas orçamentários.

Enquanto isso, na província o desemprego está aumentando dia a dia, agora oscila entre 20 e 30% e a população se sente sufocada pelo alto custo do combustível e seu impacto na cesta básica e outros bens, conforme explicou à Prensa Latina Felipe Cabeza, vice-coordenador da Frente Ampla Colonense (FAC).

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Por outro lado, a reativação económica, segundo a Câmara de Comércio daquela província, não decola e a prova é que 28% dos negócios fecharam após a pandemia de Covid-19.

PROTESTOS NAS RUAS

Por quase uma semana, Colón foi palco de fechamentos de ruas, passeatas, comércios como fechado e também atos de vandalismo em contêineres da Ferrovia que obrigou a encerrar suas operações.

As escolas suspenderam as aulas e houve grandes perdas econômicas na província, que abriga três grandes portos e é a segunda maior zona franca do mundo depois de Hong Kong.

Para muitos colonenses, o governo cria o que eles chamam de mesas de negociação, chovem os compromissos que depois não cumprem e é por isso que essas manifestações acontecem.

Cabeza indicou que a lista de demandas inclui a conclusão de um terminal de transporte e melhorias na infraestrutura educacional e habitacional, além de trechos rodoviários. Também exigimos a redução dos altos preços dos combustíveis e alimentos básicos, e abordamos as altas taxas de desemprego com novos projetos, disse ele.

A greve geral começou na última segunda-feira, 9 de maio, e durante os três primeiros dias, Colón foi palco de bloqueios de estradas e confrontos violentos entre manifestantes e unidades da Polícia Nacional, com saldo de feridos, alguns deles graves, e dezenas de prisões.

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Da mesma forma, houve atos de vandalismo que líderes de Colon como Voitier rejeitaram e afirmaram estar longe do espírito de protesto genuíno.

PARTIDOS POLÍTICOS EM CAMPANHA

Para Guzmán, da Frenadeso, algo mais perigoso é a infiltração nos protestos de alguns deputados como Jairo Salazar, do governista Partido Revolucionário Democrático (PRD), em sua campanha eleitoral antes do IX Congresso Ordinário, em 15 de maio.

O líder social comentou à Prensa Latina que os responsáveis pela deterioração de Colón agora se posicionam como líderes das manifestações, mas incitam a violência, nada mais alheio ao espírito justo das reivindicações sociais.

Os protestos são comandados por vários grupos. De um lado está CUCO, cujo chefe é Voitier, homem que durante anos promoveu marchas em reivindicações sociais. A eles se juntaram associações profissionais, educadores, aposentados e desempregados, entre outros.

Mas também a fração chefiada pelo deputado Salazar, da bancada do PRD na Assembleia Nacional (parlamento), que foi visto a incitar a atirar cocktails Molotov e outros elementos para se defender da “repressão” da Polícia Nacional. Para o advogado criminalista Rosendo Rivera, o papel desempenhado pelo deputado em meio a esses acontecimentos poderia se constituir “em defesa do crime e da sedição”, e lembrou que incitou a violência em meio aos duros confrontos.

O componente político também pode estar gravitando nas revoltas de Colombo, acrescentou o advogado em declarações ao jornal La Prensa.

Sobre o assunto, o presidente da Câmara de Comércio, Indústrias e Agricultura de Colón, Michael Chen, lembrou que em 15 de maio haverá eleições para um grande partido político (PRD) e infelizmente eles usam essas causas para deixar bem claros seus objetivos.

IMPACTO ECONÔMICO

Os dias de protesto na cidade caribenha marcam a atividade econômica do país. Segundo empresários como Chen, a situação atual está minando a confiança do sistema logístico, da indústria do turismo e do comércio, e eles enfrentam perdas milionárias.

O fechamento de ruas e avenidas causou a paralisação dos três portos daquele setor, a ferrovia e a Zona Franca de Colón (ZLC).

Só na ZLC, calcula-se a perda entre 10 e 20 milhões de dólares em receitas por cada dia de encerramento, que não foi contabilizado devido à suspensão das operações, sem somar as cargas e contentores que não puderam ser movimentados pela ferrovia.

O comércio colonense também foi afetado no centro da cidade, pois para evitar atos de vandalismo e saques, os comerciantes começaram a blindar suas vitrines e os clientes não vinham por medo de serem pegos no meio das brigas.

Opinião semelhante é de Thomas Kenna, presidente da Panama Canal Railway, que opera a ferrovia de carga e passageiros e foi forçada a suspender as operações desde 10 de maio passado.

Diferentes associações empresariais, como a Câmara Marítima do Panamá e o Conselho Empresarial de Logística, pediram ao governo que encontre mecanismos para evitar esses fechamentos, que têm sérias consequências para o país como centro logístico e de transbordo de cargas da região.

A província de Colón contribui significativamente com o Produto Interno Bruto panamenho, pois além das operações da vertente atlântica do canal interoceânico, possui três portos, a segunda maior zona franca do mundo e a maior mina de cobre a céu aberto no Panamá, mas a América Central apresenta indicadores preocupantes de desemprego e pobreza.

arb/ga/ml

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