Falando na análise feita pelos deputados das comissões de Assuntos Económicos e de Atenção aos Serviços Parlamentares, Gil sublinhou a necessidade de colocar limites à dolarização, o que contraria o objetivo de aumentar o poder de compra da moeda nacional.
Explicou que embora a existência do mercado de moeda livremente convertível (MLC) seja uma medida que tem permitido enfrentar a situação de intensificação do bloqueio económico dos Estados Unidos, de défice cambial e de virtual paralisia turismo, não é o desenho do modelo econômico cubano.
“Nosso desenho é o peso cubano como centro do sistema financeiro, um sistema de preços inclusivo para todos os atores econômicos e um mercado que trabalha com um certo nível de ofertas de atacado e varejo. Há uma grande lacuna entre o desenho de nosso modelo e a realidade atual”, disse.
Tudo o que fazemos deve ir nessa direção, acrescentou, porque as disposições que resolvem uma circunstância específica podem nos afastar desse objetivo.
Ele comentou que a incorporação de novos atores econômicos se baseia no alcance desses objetivos, mas atualmente existem distorções como o fato de as empresas estatais solicitarem pagamentos em MLC, levando-as a adquiri-los no mercado ilegal a preços elevados.
Justamente a inexistência de um mecanismo legal de compra de moeda estrangeira, necessária para a aquisição de insumos, é uma das preocupações dos membros das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e cooperativas não agrícolas (CNA), segundo o vice-ministra de Economia e Planejamento Johana Odriozola.
O vice-primeiro-ministro acrescentou que, mesmo quando existem fórmulas para novas formas de gestão de acesso às MLCs por exportação ou substituição de importações, certamente carecem de espaço para a sua aquisição quando não conseguem gerá-las.
Ele destacou a importância de se criar condições para a compra no país da maioria dos itens demandados pelas MPMEs e CNA, já que atualmente mais produtos são importados do que exportados, com a consequente saída de divisas que isso implica.
Este sector não pode desenvolver-se a partir de importações, sublinhou, e exortou a promover verdadeiras cadeias produtivas, aproveitar os recursos endógenos e fortalecer a produção nacional.
Da mesma forma, significou que os governos locais têm a tarefa de tornar pública a estratégia de desenvolvimento municipal e apontar as áreas de interesse, para que as solicitações das novas MPMEs e CNAs possam estar mais alinhadas com esses propósitos.
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