A ação iniciada na última terça-feira envolve professores das cidades de Quito e Guayaquil, aos quais se juntaram pais, alunos e representantes de organizações sociais que aguardam o pronunciamento do Tribunal Constitucional sobre o veto presidencial total à Lei Orgânica de Educação Intercultural (LOIE).
“Pedimos aos juízes do Tribunal Constitucional que ratifiquem a decisão dos textos aprovados por 113 votos na Assembleia Nacional”, disse Klever Hidalgo, presidente da Pichincha UNE, à Prensa Latina.
Conforme explicou, a instância tem prazo até o próximo dia 23 de maio para determinar de acordo com a justiça sobre o documento elaborado e sancionado pelo legislativo, que estabelece, entre outros benefícios, igualdade salarial para professores da rede pública.
Hidalgo ressaltou que permanecerão em greve de fome até que obtenham uma decisão favorável à educação e aos professores.
“Esta ação começou na terça-feira passada e nos próximos dias serão incorporados novos professores e representantes dos setores populares e sociais e da comunidade educativa”, disse.
Sobre a determinação da UNE de faze r valer seus pedidos afirmou: “a luta segue, a luta avança, continua e se eleva frente a um governo de surdos que prefere pagar pontualmente a divida externa ao FMI de oito bilhões e nove milhões de dólares”.
Nesse sentido, destacou que há recursos no país porque a Receita Federal, entidade arrecadadora do Equador, arrecadou 500 milhões de dólares nos três primeiros meses do ano, único produto do Imposto sobre Valor Agregado, que poderia chegar a dois bilhões até o final deste ano.
“No entanto, enfatizou, não há recursos para saúde e educação, mas há recursos para cumprir pontualmente pagamentos de credores, bancos e grandes empresas, quando vários deles sonegam impostos.”
A LOEI foi aprovada pelo parlamento unicameral e totalmente vetada pelo presidente, Guillermo Lasso, considerando-a inconstitucional, decisão anunciada no âmbito da comemoração do Dia do Professor no Equador, em 13 de abril.
A atual greve soma-se às mobilizações realizadas em todo o território nacional exigindo respeito à Lei e melhores condições de trabalho para os professores, que implicam em melhor qualidade no ensino.
mgt/scm/jcfl