A mais recente ação desse tipo ocorre agora com a extrema demora na concessão de vistos aos atuais representantes daquela agência de notícias credenciada junto à ONU, após dois anos de solicitação.
A questão ganhou força no dia anterior quando a United Nations Correspondents Association (UNCA) considerou inexplicável o atraso dos Estados Unidos na entrega de vistos aos jornalistas que trabalham na ONU desde 2017.
A presidente da UNCA, Valeria Robecco, descreveu esse atraso como inexplicável, após mais de dois anos de espera sem receber resposta.
O primeiro ataque contra a Prensa Latina nos Estados Unidos ocorreu em 1960, quando seu escritório estava em Washington e teve que se mudar para Nova York depois que seu correspondente, Francisco V. Portela, foi preso e posteriormente liberado por agentes do FBI (Federal Bureau of Investigation).
Meses depois, o escritório da chamada Big Apple foi obrigado a se instalar na sede das Nações Unidas naquela cidade devido à perseguição sofrida por seus membros.
Desde então, apesar de estar na “Capital do mundo”, os profissionais credenciados pelo órgão mundial só podem escrever sobre assuntos relacionados à atividade da ONU.
A longa lista de ações das autoridades norte-americanas em relação à Prensa Latina incluiu uma ampla gama de restrições.
Uma delas foi a limitação da circulação de seus jornalistas a 40 quilômetros ao redor do monumento a Cristóvão Colombo (Círculo de Colombo), que marca o ponto zero das distâncias da cidade, medida feita em 2011.
Por outro lado, os vistos concedidos até agora aos correspondentes da agência estabelecem uma entrada única no território dos Estados Unidos e cada vez que saem daquele país, por férias ou outros motivos, devem solicitar autorização na sede da embaixada. Havana, um processo que sempre leva vários meses.
Em uma ocasião, o Departamento de Estado negou vistos a dois jornalistas credenciados na ONU, decisão retificada após protestos na sede daquela organização e em diversos países.
Até alguns anos atrás, na chegada a Nova York, os enviados da agência eram enviados, sem motivo e por várias horas, a um escritório de imigração encarregado de “casos suspeitos” de atividades ilegais.
Todas essas ações contra a agência de notícias violam as obrigações do governo dos Estados Unidos na qualidade de país anfitrião da ONU ao aplicar seletiva e arbitrariamente o Acordo de Sede assinado a esse respeito, dependendo de seus interesses políticos.
E a longa demora na concessão de vistos aos enviados da Prensa Latina nas Nações Unidas também afeta seus correspondentes em Washington, que viajaram a Cuba em 2019 e ainda não receberam permissão para retomar o trabalho naquele local, reaberto em 2017 após mais de seis décadas de ausência.
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