“Por mais que alguém não queira, uma nova ordem financeira mundial terá que ser negociada”, publicou o ex-presidente russo em seu canal do Telegram.
Segundo o alto funcionários, neste caso a palavra decisiva será dada aos países com economias fortes e avançadas, finanças públicas sólidas e sistemas monetários confiáveis.
Ele assegurou que este não será o caso de nações “que aumentam infinitamente sua dívida nacional, emitindo novos papéis falsos e obrigações não garantidas pela riqueza nacional, pelas quais as autoridades decrépitas podem se recusar a pagar qualquer dinheiro a qualquer momento”.
Na opinião de Medvedev, está se abrindo uma era de moedas regionais em que o mundo acorda e a confiança nas moedas de reserva “se dissipa como a névoa da manhã”.
Ele sugeriu que “acabar com o dólar e o euro como as principais reservas do mundo não parece uma perspectiva muito fantástica”.
Em 18 de março, o ministro russo do Desenvolvimento Econômico, Maxim Reshetnikov, destacou que os países membros da União Econômica da Eurásia (UEE) concordaram em passar gradualmente para liquidações em moedas nacionais.
O alto funcionário explicou ao canal de televisão russo 24 que neste momento estas transações são realizadas em moeda estrangeira, o que constitui um obstáculo ao comércio e negócios na UEE, tendo em conta as mais de 6.300 sanções aplicadas contra a Rússia, a principal economia. do grupo.
“Portanto, começamos a formar um espaço comum do rublo”, destacou Reshetnikov, referindo-se ao bloco de países formado por Rússia, Belarus, Cazaquistão, Armênia e Quirguistão, além de Moldávia, Uzbequistão e Cuba, que têm status de observadores.
O ministro da Fazenda russo, Antón Siluánov, alertou em 13 de março que o país tem cerca de 300 bilhões de dólares congelados por sanções externas, quase metade de suas reservas internacionais.
As autoridades nacionais aprovaram um conjunto de disposições econômicas e financeiras para lidar com as medidas punitivas estrangeiras aplicadas contra o país, a maioria delas após o início da operação militar na Ucrânia em 24 de fevereiro.
Os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá, o Japão e os países da União Europeia impuseram novas sanções à Rússia, visando setores-chave do comércio, finanças, energia, exportações, aviação e espaço.
As restrições incluíam a desconexão parcial dos bancos russos do sistema de pagamentos internacionais Swift, o fechamento do espaço aéreo para suas companhias aéreas, a paralisação das reservas internacionais do Banco Central da Rússia e o embargo às compras de petróleo por Washington.
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