O cientista Zhang Wenhong, uma voz respeitada no país, considerou que, embora essa política seja a chave para combater a doença, a mentalidade de colocá-la em ação, independentemente dos custos, deve ser abandonada.
Conforme especificou, a batalha epidemiológica deixa um aprendizado constante e suas atualizações resultam em melhor atendimento e rápida recuperação dos pacientes.
“Na prática, é difícil paralisar uma cidade para deter o vírus (SARS-CoV-2) enquanto tenta manter a economia”, disse ele, garantindo que Xangai, por exemplo, não adotará tal abordagem, embora agora enfrente uma forte onda de infecções.
Da mesma forma, Zhang enfatizou que enfrentar a pandemia é um processo de longo prazo e, portanto, o acesso normal da população a hospitais e operações comerciais deve ser garantido.
Na semana passada, o especialista defendeu a estratégia nacional de zero Covid-19, mas considerou vital redesenhá-la com medidas mais completas, sustentáveis e sábias para superar surtos como o atual, o pior registrado no país nos últimos dois anos.
Em sua opinião, agora não é o momento de debater se é melhor optar pela convivência com o coronavírus SARS-CoV-2, porque a situação mostrou que “a sociedade não está preparada para lidar com um grande número de casos, nem psicologicamente nem em termos de distribuição de recursos sociais”.
Ele propôs evitar o isolamento constante de cidades inteiras e check-ups massivos de saúde, mas ampliar a vacinação, principalmente entre idosos e crianças; tornar os medicamentos orais mais acessíveis, diminuir o custo dos exames de PCR, permitir que sejam feitos em casa e otimizar o sistema de saúde.
Algumas de suas sugestões já estão em vigor, como a autorização para autorrealização de testes de antígenos e foco de PCR em locais onde há focos contagiosos, em vez de sondar cidades inteiras.
A China vive o surto mais grave de Covid-19 em vinte províncias, esta quinta-feira somou 4.883 novos doentes e Jilin continua a ser a região mais afetada, concentrando 1.810.
Em geral, o país asiático acumulou pelo menos 11.070 mortes e 441.865 casos em seu continente, Hong Kong, Macau e Taiwan desde o surgimento da patologia e do coronavírus que a causa em dezembro de 2019.
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